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Fazendo um perfil - 2

31 dez 1969 às 21:33
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Amo fazer perfis. Me permitem ir mais a fundo em personalidades que julgo fascinantes ou admiráveis, por variados motivos.

O lance é sentar e conversar sem muita pressa. Duas, três horas. Saber ouvir é mais importante do que saber perguntar.

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Chegar preparada, claro - há que se fazer uma pesquisa prévia para não chegar "crua", nem demonstrar desrespeito pelo entrevistado, perguntando detalhes óbvios que o repórter tem obrigação de saber.

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De preferência, fazer a entrevista em um ambiente escolhido pelo entrevistado, onde ele se sinta confortável.

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Deixar rolar aquele clima de bate-papo. Jamais ser desrespeitosa, faltar com a educação, fazer cara feia. Nem para perguntar sobre os assuntos mais cabeludos. Nem que seja um bandido condenado, um psicopata confesso, um político corrupto.


Todo mundo é gente. Todo mundo tem direito de dar a sua versão e contar a sua história, mesmo que seja mentirosa, pelas metades, remendada.

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Além do mais, em três horas de conversa, com perguntas inteligentes e bem colocadas, é difícil quem consiga ser finório a ponto de mentir 100%, esconder fatos o tempo todo.


Por fim, lembrar sempre que a estrela, o centro do negócio todo, é o entrevistado, e não o entrevistador.


O ego da gente fica de lado, bem quietinho. Não é hora de se exibir, nem de querer ficar amigo da pessoa a quem se faz perguntas. A intimidade e a confiança proporcionadas por esse momento são profissionais.

Amizade é outra coisa.


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