A confirmação de dois casos de hantavirose em Cruz Machado, na região sul do Paraná, levaram equipes da epidemiologia a trabalharem em campo de vigilância da doença.
Durante uma semana, o local onde ocorreu a provável contaminação recebeu profissionais da Sesa (Secretaria de Estado da Saúde) e da Fiocruz/RJ (Fundação Oswaldo Cruz) com a participação do Ministério da Saúde e apoio técnico do ICC/FioCruz/PR (Instituto Carlos Chagas) para estudo, com apoio da Secretaria Municipal.
Técnicos da Vigilância em Saúde da região também foram capacitados para acompanhar os casos e monitorar possível evolução da doença. As investigações epidemiológicas se concentraram na identificação das espécies e na possível existência de uma nova variante de hantavírus em circulação no ambiente.
Em 2021, além dessas duas situações em Cruz Machado, foram registrados mais dois diagnósticos positivos no Estado – um em Rio Azul e outro, recentemente, em Curitiba.
De acordo com Ivana Belmonte, coordenadora de Vigilância Ambiental da Sesa, já está sendo realizada a vigilância ativa. “Os casos confirmados na região Sul tiveram evolução para cura, evidenciando a necessidade de um estudo epidemiológico no local. Essa doença pode matar, por isso precisamos acompanhar, nas diferentes regiões do Paraná, para a prevenção de novos casos e óbitos pela doença”, alertou.
O que é a hantavirose:
A doença é transmitida por ratos do campo, com a inalação de partículas virais que ficam no ar vindas da urina e fezes desses roedores infectados.
Alguns locais ou atividades podem ser mais suscetíveis a contrair a hantavirose, como as culturas de grãos. É uma doença aguda e de rápida evolução e deve ser notificada em até 24 horas, tanto para as secretarias municipais e estaduais de Saúde, quanto para o Ministério da Saúde, por meio da Secretaria de Vigilância em Saúde.
“Diante da reincidência da doença, estamos implementando um plano de vigilância ativa com busca de roedores em todo o Estado visando antecipar medidas preventivas. Desta forma, sensibilizamos a população e nos preparamos para eventuais casos que possam surgir no futuro”, enfatizou o chefe da Divisão de Vigilância de Zoonoses e Intoxicações, Emanuel Marques da Silva.
Sintomas: A hantavirose é semelhante a uma gripe forte, com febre, dor de cabeça, dores no corpo, tosse seca e falta de ar. Também podem ocorrer náuseas, vômitos e diarreia. Assim que os sintomas surgirem, a pessoa deve procurar o posto de saúde mais próximo para o atendimento.