A Prefeitura de São Paulo já trata a transmissão da variante ômicron do novo coronavírus como comunitária na capital.
Na quarta-feira (15), a Secretaria Municipal da Saúde confirmou mais sete casos de infectados com a nova cepa. Segundo a pasta, essas pessoas tiveram contato com um idoso de 67 anos que foi contaminado sem ter histórico de viagem ao exterior.
"[É] transmissão comunitária numa situação de confirmação de sete pessoas que não tiveram nenhuma situação de chegar de viagem do exterior. Portanto, tecnicamente hoje é possível falar que a prefeitura trata o caso como transmissão comunitária", afirmou o prefeito Ricardo Nunes (MDB), durante evento no fim da tarde de quarta para a entrega de moradias populares na região do M'Boi Mirim.
Segundo Nunes, 300 pessoas estão sendo monitoradas. Elas teriam participado de uma festa na qual também estava o idoso.
"Todos [sete confirmados] estão assintomáticos, o que nos faz entender, e ainda não está concluído, que é uma variante de transmissibilidade grande, porém, que não tem efeitos de saúde como a gente viu em variantes anteriores", disse o prefeito.
Segundo ele, a secretaria tem a lista das 300 pessoas e que todas foram contatadas.
Em nota na quarta, a secretaria afirmou que eram 90 pessoas sob investigação. Questionada sobre a diferença nos números, a pasta não respondeu até a publicação deste texto.
Ao todo, dez pessoas tiveram confirmação da variante ômicron na cidade de São Paulo. Um casal de missionários, que passou estava na África do Sul, foi liberado de isolamento na semana passada.
Na quarta, a Secretaria de Estado da Saúde disse em nota que não estava confirmada a transmissão comunitária da nova variante no estado. "As novas confirmações estão restritas a pessoas que mantiveram contato com pacientes já diagnosticados, situação tecnicamente denominada como 'cluster localizado'", afirmou.
Com os sete novos casos da capital, o estado passa a ter 13 casos de ômicron confirmados até o momento.
Tanto a prefeitura quando o governo estadual reservaram leitos em três hospitais para casos de internações de pacientes com a nova variante: dois na zona leste de São Paulo e um em Guarulhos, na Grande SP, por causa do aeroporto internacional.
No último domingo (12), o Ministério da Saúde confirmou seis casos da nova variante nos estados do Rio Grande do Sul (2), Goiás (2) e no Distrito Federal (2). Não houve mais atualização desde então no número de casos contabilizados pelo governo federal.
Por causa da ômicron, as companhias aéreas já estão exigindo de viajantes a apresentação do comprovante de vacina contra Covid no momento em que embarcam com destino ao Brasil. A medida vale tanto para brasileiros quanto para estrangeiros.
A cobrança passou a valer após decisão do ministro Luís Roberto Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal). No último sábado (11), ele tornou obrigatória a apresentação de certificado de imunização para ingresso no Brasil.
Estão dispensados de mostrar o certificado apenas as pessoas que possam comprovar que não puderem tomar a vacina por razões médicas, que estejam voltando de países sem doses disponíveis do imunizante ou por razão humanitária excepcional.
A existência da nova cepa foi reportada à OMS (Organização Mundial da Saúde) no último dia 24, após o surgimento de casos na África do Sul. Desde então, houve a confirmação de infecções provocadas pela ômicron nos cinco continentes.
"Dadas as mutações que poderiam conferir a capacidade de escapar de uma resposta imune, e dar-lhe uma vantagem em termos de transmissibilidade, a probabilidade de que a ômicron se propague pelo mundo é elevada", afirmou a entidade no último dia 29.
No mesmo dia, ministros da Saúde de países do G7 alertaram que a variante requer ação urgente. "A comunidade internacional enfrenta a ameaça de uma nova variante altamente transmissível da Covid-19, que requer ação urgente", disseram os ministros em um comunicado conjunto.