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Ansiedade de ano novo pode afetar saúde do coração, alerta especialista

Redação Bonde com assessoria de imprensa
29 dez 2024 às 14:41

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- Pixabay
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O fim do ano é uma época repleta de festividades, viagens e encontros com família e amigos. É tempo também para reflexões e balanços pessoais - o que, para muitos, pode levar a um sentimento de melancolia e ansiedade. Esses estados emocionais não afetam apenas o bem-estar mental como podem ter impactos graves na saúde do coração.


De acordo com Patrícia Oliveira, do Centro de Cardiologia do Hospital Sírio-Libanês, transtornos mentais, como ansiedade e depressão, estão associados a um maior risco de desenvolver doenças cardiovasculares e até mesmo à piora de condições já existentes.

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“Nesta época, parte dos pacientes com ansiedade e depressão pode tomar atitudes que impactam diretamente em sua rotina de autocuidado, reduzindo a quantidade de exercícios físicos e a aderência a tratamentos medicamentosos, além de poder desenvolver distúrbios alimentares que interferem no controle do metabolismo, aumentando os níveis de pressão arterial”, afirma a cardiologista.

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Mente e coração

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Oliveira explica também que, para além de uma questão comportamental, o coração e o estado de espírito estão intimamente relacionados. “Transtornos mentais desencadeiam alterações biológicas importantes, mudando as vias de sinalização entre o sistema nervoso central e os órgãos. Além disso, podem levar à elevação de citocinas inflamatórias, agravando condições como aterosclerose e isquemia miocárdica”, detalha.


A especialista ainda ressalta que quadros de depressão e ansiedade se caracterizam pela hiperativação do sistema simpático (que prepara o organismo para reagir em situações de medo, estresse e excitação) e liberação de cortisol, que podem causar vasoconstrição e aumento da pressão arterial e frequência cardíaca.

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Um dos maiores exemplos do impacto das doenças mentais na saúde do coração tem nome conhecido: a "síndrome do coração partido" é uma cardiopatia induzida por estresse, que se manifesta de maneira similar ao infarto agudo do miocárdio, mas sem lesões ateroscleróticas obstrutivas, caracterizadas pelo estreitamento e enrijecimento das artérias causado pelo acúmulo de gordura em suas paredes.


Neste caso, segundo a especialista, o estresse e a depressão ativam o sistema neuro-hormonal, levando a liberação de substâncias que reduzem o fluxo sanguíneo no músculo cardíaco (vasoconstrição) e possível lesão celular.

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Cuidados multidisciplinares


A abordagem multidisciplinar é essencial para prevenir os efeitos negativos da ansiedade e depressão no coração. "O acompanhamento por uma equipe que inclui cardiologistas, psicólogos e psiquiatras é fundamental, especialmente em pacientes que já passaram por eventos cardíacos", explica Oliveira.

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Entre as abordagens estão:


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Terapias psicológicas e psiquiátricas: ajudam a tratar os transtornos mentais, reduzindo o risco cardiovascular.


Exercícios físicos regulares: promovem bem-estar emocional e melhoram a saúde cardiovascular.

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Medicação apropriada: quando indicada, pode controlar sintomas emocionais e prevenir complicações cardíacas.


Além disso, protocolos clínicos específicos permitem o rastreio precoce de transtornos mentais em pacientes cardíacos, melhorando tanto a qualidade de vida quanto a sobrevida. "O equilíbrio emocional é tão importante quanto o controle de fatores tradicionais, como colesterol e pressão arterial. Ao cuidar da saúde mental, estamos cuidando também do coração", observa a cardiologista.


(Com informações do Hospital Sírio-Libanês)

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