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O que fazer se testar positivo para Covid durante a viagem?

Júlia Barbon - Folhapress
06 jan 2022 às 15:35

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- RyutaroTsukata/Pexels
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O Brasil passa por uma alta dos casos de Covid-19 impulsionada pela variante ômicron e pelas festas de final de ano. Multiplicam-se relatos de pessoas que tiveram resultado positivo para a doença durante ou depois de viagens de Natal e Ano-Novo.


Na última semana, uma onda de passageiros com sintomas também tem viajado de avião para fazer a quarentena em casa, por estar sem dinheiro para estender a hospedagem ou com medo de ficar doente num local desconhecido ou sem estrutura.

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As dúvidas nessa situação são muitas. Entenda abaixo o que fazer caso fique doente fora da sua cidade ou do país, em que casos fazer o teste, quais os riscos de viajar de avião, quais cuidados tomar se precisar voar, entre outras questões.

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Voltei de viagem nacional ou internacional sem sintomas. Devo fazer o teste?

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Sim, porque você pode estar assintomático. É recomendado realizar o teste antes e depois de viagens ou até quando for encontrar grupos diferentes dos quais você convive normalmente. Principalmente em meio ao atual quadro epidemiológico, com aumento de casos e circulação da variante ômicron, mais transmissível.


Tive sintomas ou testei positivo durante a viagem. O que devo fazer?

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O recomendado é permanecer isolado por dez dias, mas é preciso avaliar caso a caso. Se os sintomas são leves e há possibilidade de isolamento em um hotel ou casa, por exemplo, deve-se continuar no local. Por outro lado, se o paciente tem fatores de risco para a Covid e o lugar não possui uma rede de saúde adequada, a melhor opção pode ser voltar para casa, com todos os cuidados para evitar a transmissão. Um médico pode ajudar nessa decisão.


Devo fazer o teste para influenza e Covid, ou o de Covid é suficiente?

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Se estiver com sintomas gripais e for possível, é aconselhável fazer tanto teste para a influenza quanto para a Covid, porque os vírus das duas doenças estão circulando no país e os sinais podem ser semelhantes, como cansaço, febre, coriza, dor de cabeça e dor no corpo. O tipo de vírus também pode mudar o tempo de isolamento necessário.


Qual é o período de isolamento recomendado para a Covid atualmente?

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Dez dias para casos leves e moderados, segundo a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). Os sintomáticos devem contar os dias a partir do início dos sintomas, e os assintomáticos, a partir do exame. O infectologista Eduardo Medeiros, da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), afirma que a redução do tempo de isolamento para cinco dias, recomendada pelo Centro de Controle e Prevenção de Doenças americano (CDC) recentemente, não se aplica à realidade brasileira, onde a realização de testes não é tão difundida.


Devo fazer o exame ao fim desse período?

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Não há necessidade, de acordo com Medeiros, porque estudos apontaram que a partir do oitavo dia a transmissão já diminui. Por sua vez, pacientes mais graves, internados em UTI ou imunodeprimidos (em tratamento contra um câncer, por exemplo), podem excretar o vírus por mais tempo, em geral 20 dias.


Se eu precisar pegar avião estando doente, quais cuidados devo tomar? Ficar de máscara o tempo todo (de preferência do tipo N95); lavar as mãos ou passar álcool em gel com frequência; evitar comer, beber ou conversar durante a viagem; e manter um distanciamento de no mínimo 1,5 metro de outras pessoas quando possível. Você pode também tentar escolher um local em que o assento ao lado esteja desocupado.

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Em casos de voos internacionais de muitas horas, como comer e beber?


Esse é um dos maiores problemas das viagens de avião. Para minimizar os riscos, recomenda-se comer e beber rapidamente e sem falar, recolocando a máscara logo em seguida. Outra alternativa é esperar que os passageiros ao lado comam e, só depois, quando eles já tiverem colocado a máscara, iniciar a refeição.


Quais são as chances de contrair a Covid em aviões? Muito baixas, segundo o infectologista Eduardo Medeiros, principalmente se todos permanecerem de máscara o tempo todo. Isso porque a maioria das aeronaves possui a tecnologia Hepa (High Efficiency Particulate Air Filter), que renova o ar interno a cada dois ou três minutos.


Se fiquei doente no exterior e já cumpri o isolamento, o que é preciso para voltar ao Brasil?


No geral, comprovante de vacinação completa realizada ao menos 14 dias antes da viagem e teste antígeno realizado até 24 horas antes de embarcar, ou RT-PCR até 72 horas antes de embarcar. Também é necessário preencher a Declaração de Saúde do Viajante (DSV) 24 horas antes do voo. Casos específicos estão detalhados no site da Anvisa.


Caso esteja isolado em hotel ou pousada, quais os cuidados a se tomar?


O ideal é nunca deixar o quarto, recebendo as refeições na porta. Mantenha o local bem arejado, com as janelas abertas, e saia de máscara caso um funcionário ou funcionária tenha que limpar o quarto. Ele precisa ser avisado de que há risco, para usar máscara e luvas adequadas.


Todos na mesma casa ou hospedagem testaram positivo. Pode circular livremente ali, sem máscara?


Se todos tiveram a mesma exposição e provavelmente pegaram a doença um do outro, sim. Mas, dependendo da situação, a variante pode ser diferente, então é recomendado o uso da máscara também dentro do local de isolamento.


Estou na véspera da viagem. Adianta tomar a terceira dose agora?


O ideal é tomar a dose de reforço 14 dias antes de viajar, para que ela chegue à sua proteção máxima a tempo. Se a viagem está muito próxima, o melhor é levar a carteira de vacinação e tomar no destino, se possível, para evitar ter reações durante o percurso. A dose de reforço, em geral, deve ser aplicada quatro meses após a segunda dose ou a dose única.


Posso tomar a terceira dose se estiver com Covid?


Não. A recomendação é aguardar 30 dias após o diagnóstico de Covid, independentemente de qual for a dose. Se a doença tiver sido descartada e os sintomas forem de um resfriado, por exemplo, não há problema em tomar.


A ômicron é, de fato, mais contagiosa e menos grave?


Sim, já há estudos mostrando que ela chega a ser três ou quatro vezes mais transmissível do que a variante delta. O que profissionais de saúde e especialistas têm visto até o momento em locais em que a cepa já se espalhou há mais tempo, como na África do Sul e na Europa, é que a doença tem sido mais leve, com menos comprometimento pulmonar. No entanto, como há muitos casos, as chances de unidades de saúde entrarem em colapso novamente não estão descartadas.

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