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Pandemia

Nova onda de Covid, gripe e resfriado afasta trabalhadores e coloca empresas em alerta

Fernanda Brigatti - Folhapress
05 jan 2022 às 09:32

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- Pixabay
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Não se fala em outra coisa. Uma nova onda de contaminações por Covid-19 vai passando pelo país, acompanhada pela circulação de outro tipo de gripe, mais forte e mais transmissível. Se, por um lado, a vacinação dá sinais de que consegue conter novo pico de mortes pela doença, por outro, o aumento da contaminação está tirando de circulação a força de trabalho em diversos setores.


Setores intensivos em mão de obra e circulação de pessoas, como supermercados, transporte coletivo, bares e restaurantes sentem o aumento de afastamentos e começam a se preocupar com uma eventual piora do quadro.

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No restaurante de Claudio Rabelo, em São José dos Campos (SP), cinco dos nove funcionários estão afastados por Covid-19. Para manter o negócio em funcionamento, apelou para a família. "Recorri ao meu filho, nora e irmãos. E ainda faltou um pouco para a logística do dia a dia."

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Pedro Hermeto, da Abrasel (Associação de Bares e Restaurantes) no Rio, diz que há cerca de 15 dias o surto da nova gripe, causada pelo vírus H3N2, levou restaurantes de pequeno e médio porte a fecharem por alguns dias.

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O dirigente também viu a própria equipe ficar desfalcada. De 50 funcionários, chegou a ter nove em licença médica no início de dezembro. "Naquele momento, foi o surto de gripe e achamos que o de ômicron deve chegar em alguns dias. Estamos vendo os casos se aproximando e nos roubando a mão de obra", diz.


A solução, hoje, segundo Hermeto, tem sido reforçar as listas de extras, comuns no setor de bares e restaurantes. A maioria tem uma equipe fixa para os dias com menos movimento, e uma outra, flutuante, para os dias de ocupação maior.

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"Temos que intensificar os contatos com as listas. Há uma falta geral de mão de obra nessa retomada das atividades que torna mais difícil manter os extras", afirma.


O crescimento nos casos de Covid-19 não preocupa o empresariado apenas pela redução na força de trabalho disponível. Vem também da lembrança fresca de portas fechadas ou de restrições ao horário de atendimento e à lotação. A expectativa com o verão deste ano era de casa cheia e recuperação econômica.

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"Isso é um sinal que temos de continuar nos cuidando cada vez mais. Financeiramente, voltamos uns 20 anos. Os que não fecharam as portas assumiram dívidas exorbitantes com bancos", diz. Para ele, é fundamental que os eventos alusivos ao Carnaval sejam cancelados.


No transporte coletivo urbano de São Paulo, o número de atestados médicos apresentados por motoristas, cobradores e funcionários da manutenção subiu cerca de 35%, segundo levantamento da SPUrbanuss, sindicato das empresas do setor.

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Esses afastamentos ocorreram porque os trabalhadores tinham sintomas de gripe, de Covid-19, de resfriado e dor de garganta.


Para lidar com a possibilidade de mais afastamentos, as empresas deverão contar com a reserva técnica, uma sobra de veículos e funcionários prevista no contrato de concessão. Dos cerca de 14 mil ônibus da frota, 13 mil estão em operação diariamente. Uma empresa também pode acionar a reserva de outra para cobrir licenças médicas ou necessidades excepcionais.

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A Apas (Associação Paulista de Supermercados) diz ter observado uma concentração de casos de gripe na capital paulista e em algumas regiões do estado.


"Seguindo as regras sanitárias, os funcionários com sintomas de gripe são orientados a procurar o serviço de saúde e permanecer afastados do trabalho pelo período de quatro a cinco dias", diz a entidade, em nota.

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A reposição de funcionários nos supermercados gera um custo extra às redes, segundo a Apas. "Mas, graças à capilaridade de sua rede e à ampla margem de negociação com fornecedores e com a indústria, o setor consegue absorver esse custo excedente sem repassá-lo aos produtos ofertados nas lojas."


Em outros países, onde as novas ondas de alta na contaminação pela ômicron chegaram antes do Brasil, há relatos de empresas fechadas e problemas em serviços públicos. Nos Estados Unidos, o jornal The New York Times mostrou que, além dos afastamentos, os empregadores não sabem ao certo qual é o tempo de isolamento necessário antes do retorno ao trabalho.


No Reino Unido, o trabalho após o recesso de fim de ano seria retomado nesta terça (4), mas serviços como hospitais e escolas estavam com escassez de funcionários pois muitos estavam doentes ou em isolamento por estarem contaminados, disse a AFP. Até o serviço ferroviário precisou diminuir o ritmo, pois tinha menos gente trabalhando.

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