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Toxinas do cigarro podem causar câncer no focinho dos animais

09 set 2015 às 16:36

Muitos fumantes de cigarros se esquecem que a fumaça exalada pelo tabaco também prejudica a saúde dos chamados fumantes passivos. Os animais de estimação não estão imunes a essa situação e podem desenvolver sérios problemas de saúde caso os donos não tomem algumas medidas.

De acordo com o médico Marcelo Quinzani, veterinário do hospital Pet Care, os animais ficam ainda mais vulneráveis quando convivem com os donos em ambientes fechados. "Quanto mais restrito for o ambiente, maior o risco de contato intenso com a fumaça e inalantes provenientes do cigarro de seus donos", alerta o profissional.


No entanto, ele lembra que não é apenas a fumaça que atinge a saúde dos cães e gatos. "Os resíduos tóxicos eliminados na fumaça do cigarro se fixam no ambiente, como em carpetes, móveis, paredes, ou no próprio pelo do animal, sendo tão ou mais prejudiciais que a própria fumaça inalada", explica. Desta forma, o animal que fica isolado enquanto seu dono fuma pode vir a ter contato com as toxinas que se instalam nos estofados, por exemplo.


Segundo Quinzani, as doenças mais comuns em cães que inalam fumaça do cigarro são: o carcinoma de células escamosas das narinas ou câncer de pulmão, dependendo do tamanho do focinho do animal.


Como agem os focinhos
Segundo o médico veterinário, os focinhos dos cães e gatos são filtros que absorvem as toxinas do ar. "Ao inalar a fumaça do cigarro, as células das narinas tentam retirar o maior número de substâncias tóxicas inaladas", detalha. Assim, essa parte do corpo do pet é responsável por absorver o máximo de substâncias ruins. "Quanto maior o nariz do animal, ou seja, quanto mais filtro tiver, maior vai ser a concentração de substâncias retidas", conclui. Desta forma, segundo Quinzani, as doenças às quais eles são mais propensos variam conforme o tipo de focinho.


Raças de cães como Labrador, Golden Retriever e Pastores tendem a desenvolver doenças nesta região, onde ficarão retidas as toxinas. "Cães de focinho mais curto, como da raça Boxer, Bulldogue e Pug, podem ter uma incidência menor de câncer nas narinas, mas possuem mais chance de desenvolver câncer no pulmão", destaca o especialista.


Já nos gatos, a tendência maior é de desenvolver linfoma maligno, segundo um estudo da Universidade de Tufts de 2002. "Além disso, o hábito comum em gatos de se lamberem constantemente aumenta a incidência de câncer de boca", alerta o veterinário, que também destaca as doenças respiratórias, como bronquites, que podem afetar bastante os felinos em decorrência das toxinas do cigarro.

O segredo é evitar
Segundo Marcelo Quinzani, a melhor forma de restringir o contato dos pets com a fumaça dos cigarros é evitar fumar em lugares fechados. "Isso impediria a impregnação das substâncias tóxicas nos móveis, tapetes e cortinas, com que o cão ou gato teria contato depois". Mesmo em áreas abertas, é importante o pet esteja afastado da fumaça. "Não há outra forma de minimizar os problemas do fumo passivo nos animais", concluiu.


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