A SBN (Sociedade Brasileira de Nefrologia) emitiu um alerta de que a temporada de verão pode trazer impactos negativos para o funcionamento dos rins. A entidade promove uma campanha em suas redes sociais que se estenderá por todo o ano de 2022, tendo como destaque o dia 10 de março, quando é comemorado o Dia Mundial do Rim.
A médica Andrea Pio de Abreu, secretária-geral da SBN, explicou que no verão há uma maior necessidade de se ingerir líquidos. “Com o calor, a gente sua mais. E é muito perigoso que as pessoas acabem não aumentando a quantidade de ingestão líquida, de preferência água e bebidas naturais, apesar de estarem suando muito”, destacou.
Muitas pessoas acreditam que devem apenas beber água quando sentem sede, o que não é o correto. “A sede é um sinal de alarme, quando a pessoa já está desidratada”, diz a especialista. A nefrologista aconselha que todos devem sempre observar a coloração da urina e o ideal é que ela esteja sempre amarela clara. Quando tiver com a tonalidade mais escura, é sinal de que o indivíduo está ingerindo pouco líquido e os rins estão sofrendo com a desidratação.
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Infecção urinária
No verão, aumenta o risco de infecção urinária, principalmente em mulheres. Isso ocorre por conta da anatomia feminina que é mais propícia ao risco quando comparada aos homens.
Nessa estação do ano é frequente a utilização de roupas íntimas úmidas, como biquínis, que permanecem molhados durante muito tempo, e calcinhas que ficam molhadas devido ao suor, o que pode propiciar o surgimento de microorganismos. Com a falta de ingestão de água, a urina fica concentrada e não é liberada.
A médica apontou que, em pacientes com outro fator de risco, diminuir a ingestão de água pode propiciar o surgimento de cálculos renais. “Os cálculos renais envolvem vários fatores de risco. Um deles é a diminuição da ingestão de líquidos”. A especialista salientou que nem todas as pessoas que têm ingestão insuficiente de líquidos terão cálculo renal, assim como, nem todas que beberem muito líquido no verão estão livres do cálculo renal.
Orientações
Para Abreu, a orientação é que todo mundo beba líquidos de forma adequada, observe a diurese e aumenta a ingestão de líquidos no calor. Ela ressaltou que para as pessoas que fazem diálise, a quantidade deve ser individualizada, porque há pacientes que urinam mais na diálise e pacientes que não urinam.
Em relação ao sal, a recomendação é que o consumo seja abaixo da metade do que o brasileiro consome, que é entre 11 e 12 gramas. Para a especialista, isso é muito - o sal tem vários impactos, um deles é sob a pressão arterial, que faz com que haja maior retenção de água no organismo, e também com que os pacientes que possuem doença renal avançada inchem mais. O consumo de sal faz com que a sede aumente e qualquer líquido que esses pacientes consumam seja retido no organismo.
Por fim, ela lembra que 70% do sal que as pessoas comem estão escondidos nos produtos industrializados, presentes em alimentos doces na indústria, como conservantes.