Setembro Dourado é o mês de alerta para o câncer em crianças e jovens. Os mais frequentes são as leucemias, tumores do sistema nervoso central e linfomas. Mas também podem aparecer tumores na região da cabeça e pescoço e na glândula tireoide, alerta o Dr. Flavio Hojaij, cirurgião de cabeça e pescoço, livre docente da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo).
Anualmente 12 mil crianças e jovens de até 19 anos são diagnosticadas com câncer no Brasil. Segundo o Inca (Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva), os casos representam entre 1 e 3% do total de cânceres.
A campanha, criada pela Sociedade Brasileira de Pediatria, quer chamar a atenção para essa cruel realidade.
Leia mais:
Câncer de próstata mata 47 homens por dia no Brasil
Entidades médicas e candidatos pedem fim das cotas em programas de residência
Regional de Saúde de Londrina continua a liderar casos de dengue no Paraná, com 936
Mais Médicos terá 57 profissionais intercambistas no Paraná
Consultas regulares ao pediatra podem diagnosticar os vários tipos de câncer, no início, precocemente, para que o tratamento se inicie rapidamente e haja melhor chance de cura.
O câncer é a primeira causa de morte por doença entre crianças e jovens. Geralmente evolui muito rápido e é muito agressivo, apesar de, em alguns casos, responder melhor à quimioterapia. Mesmo não sendo muito frequente, o câncer de cabeça e pescoço também atinge crianças e jovens.
"O câncer infantil sempre é um evento trágico. Não é uma faixa etária onde nós esperamos lidar com uma doença que traz tantas angústias. Vez ou outra – não é muito frequente, ainda bem -, o câncer infantil pode se manifestar na região da cabeça e pescoço. Algumas vezes o tratamento é absolutamente oncológico, ou seja, com quimioterapia e radioterapia. Mas às vezes ele é cirúrgico. E mesmo os melhores cirurgiões pediátricos têm dificuldade na região da cabeça e pescoço. Então o cirurgião de cabeça e pescoço, que aceita esse desafio, muitas vezes tem que participar de uma equipe de tratamento de um câncer infantil nessa região. Eu aceito bastante esse desafio, até porque a cirurgia pediátrica sempre foi uma especialidade que me atraiu muito. E muitas vezes esses tumores são realmente desafiadores. De qualquer maneira cabe aqui um relato para que as pessoas prestem atenção. É raro, mas o câncer infantil pode acontecer na cabeça e pescoço e também na glândula tireoide”, afirma.