A edição 2023 da Semana Mundial da Amamentação chama a atenção para as dificuldades vividas por pais e mães que precisam dividir o tempo entre trabalho e bebês na fase de amamentação. Por isso, a organizadora do evento - a Aliança Mundial para Ação de Aleitamento Materno - defende a ampliação da licença maternidade remunerada e a adequação dos ambientes de trabalho para mães e bebês lactantes.
A semana mundial iniciou na terça-feira (1º) e segue até o dia 7 com o slogan "Possibilitando a Amamentação: Fazendo a Diferença para Mães e Pais que Trabalham". Entre os objetivos, está o de informar sobre as perspectivas dos pais trabalhadores com relação à amamentação e paternidade.
Pretende-se ainda criar bases para a adoção de licença remunerada e suporte nos locais de trabalho, de maneira a facilitar a amamentação de bebês; envolver as pessoas e organizações para melhorar a colaboração e o apoio à amamentação no trabalho; e conscientizar sobre ações de melhoria das condições de trabalho e apoio relevante ao aleitamento materno.
Leia mais:
Pesquisa aponta que 29% dos brasileiros têm algum medo com relação às vacinas
Uma a cada dez mortes no Brasil pode ser atribuída ao consumo de ultraprocessados, diz Fiocruz
Estados brasileiros registram falta ou abastecimento irregular de, ao menos, 12 tipos de vacinas
Saúde do homem é tema de live com médicos londrinenses em novembro
Pandemia prejudicou gestantes
Em nota da a SBP (Sociedade Brasileira de Pediatria), a presidente do Departamento Científico de Aleitamento Materno da entidade, Rossiclei Pinheiro, afirma que a pandemia de Covid-19 prejudicou as mulheres grávidas, já que aumentou o risco de desemprego e dificultou o acesso a serviços de saúde nas diferentes etapas da gestação.
Segundo a especialista, a edição deste ano da semana pretende “ajudar e facilitar o desenvolvimento de ações para defender os direitos da mulher trabalhadora que amamenta”.
Entre as medidas defendidas pela SBP figuram a defesa da licença-maternidade com duração de 180 dias; o incentivo à implantação de salas de apoio à amamentação nos locais de trabalho; disponibilização de creches nas empresas ou próximas ao local; e a extensão da licença-paternidade para 20 dias.
Pinheiro considera fundamental o envolvimento de governos, sistemas de saúde, empresas e comunidades nessa causa, visando a promoção da autonomia das famílias e a manutenção de ambientes favoráveis ao aleitamento materno nos mais diversos ambientes de trabalho.
“Pretendemos fazer um balanço das mudanças nas configurações do local de trabalho e nas normas parentais, identificando as interferências do home office e atividades extradomiciliares, ouvindo pais de diferentes regiões no país. As perspectivas e necessidades dos pais nos ajudarão a entender melhor como as políticas de apoio ao aleitamento materno e a legislação podem ajudá-los”, pontua.
A SBP coordena o Agosto Dourado, mês dedicado a ações que visam estimular o aleitamento materno. Neste período, a entidade e suas afiliadas promovem medidas - presenciais e virtuais - para conscientizar a população sobre a importância da amamentação.