O ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, voltou a defender a autonomia do médico. Além dele, a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde, Mayra Pinheiro, conhecida como capitã cloroquina, abordou o assunto e disse que os médicos estão sendo perseguidos.
A declaração foi dada nesta segunda-feira (18) na data em que se comemora o Dia do Médico. A fala ocorreu durante o lançamento da Campanha do Programa SOS de Ponta - Capacitação nas Urgências e Emergências do Brasil.
"A relação médico paciente tem que ser baseada pela autonomia, autonomia do médico e autonomia do paciente. O vínculo médico paciente é um vínculo inquebrantável. Ele não pode ser quebrado porque quem quer que seja, nem pelo estado. É uma relação entre a consciência e a confiança. A consciência do médico e a confiança do paciente", disse.
Mayra Pinheiro também aproveitou a sua fala para sair em defesa da autonomia médica. Ela ressaltou que os médicos estão sendo perseguidos durante a pandemia.
"Não sabíamos que teríamos ao longo de uma pandemia o desafio de enfrentar pessoas que não entendem da arte médica, que nada entendem de medicina e passaram a questionar a nossa autonomia, o direito da relação médico paciente, o direito das nossas escolhas, o direito de salvar vidas. Fomos questionados, estamos sendo perseguidos, desafiados a não exercer essa autonomia para qual nós fomos formados", disse Pinheiro.
Mayra é defensora do uso do "kit Covid", lista de medicamentos sem eficácia no combate a Covid-19, como cloroquina e ivermectina. Ela acredita que os médicos devem ter autonomia para prescrever o medicamento que achar necessário.
A autonomia do médico é defendida pelo CFM (Conselho Federal de Medicina), abrindo margem para que esses medicamentos possam ser receitados. No entanto, há discordância de outros conselhos e médicos sobre esse entendimento em relação a Covid-19.
Em depoimento à CPI da Covid, a secretária fez defesa ferrenha do uso da hidroxicloroquina. Ela admitiu que a pasta federal orientou médicos de todo o país para que adotassem o tratamento precoce.
O ministro da Saúde aproveitou o momento para dizer ainda que o Ministério da Saúde tem um time que segue as recomendações do presidente Jair Bolsonaro.
"Ele tem nos dado determinação para trabalharmos fortemente para por fim ao caráter pandêmico da Covid-19. A tristeza pelos óbitos dá lugar à esperança de por fim à pandemia. E esse esperança é sinônimo da nossa campanha de vacinação", disse Queiroga.