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Perda de pelos no corpo é sinal de câncer?

05 out 2011 às 14:47

Certamente você já deve ter visto alguma pessoa com perda de fios de cabelo em áreas delimitadas do couro cabeludo ou com ausência de pelos em pedaços do braço, perna, supercílios, cílios e barba. Alguns leigos chegam a atribuir essa situação a pacientes portadores de câncer ou Aids, mas esse julgamento pode ser um tremendo equívoco. O quadro é típico da Alopecia Areata, doença que atinge qualquer parte do corpo que tenha pelos ou cabelos e está relacionada a uma alteração do sistema de defesa do organismo.

"O sistema imunológico alterado por alguma circunstância agride as células que produzem o cabelo e pelos fazendo-os cair. Ela pode ser desencadeada por fatores psicológicos e somente um dermatologista especializado pode identificar com precisão o problema e recomendar um tratamento medicamentoso específico, em conjunto com procedimentos que tratem dos sintomas desencadeadores da patologia", esclarece Enilde Borges Costa, dermatologista, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Regional São Paulo e coordenadora do Grupo de Apoio aos Pacientes com Alopecia Areata (AAGAP).


O grupo oferece apoio a pacientes e familiares que sofrem da doença, sendo freqüentado por pacientes, seus familiares e amigos, e outras pessoas interessadas em conhecer a enfermidade. "Os objetivos são informar, tirar dúvidas, corrigir falsas informações e, principalmente oferecer aos que sofrem desse processo, por vezes discriminatório, uma oportunidade de compartilhar suas angústias, incertezas, medos e dramas, além da troca de experiências com outras pessoas que têm o mesmo problema. Quanto maior a divulgação menor será a interpretação equivocada e a discriminação", revela a dermatologista.


A Alopecia Areata pode atingir pessoas de qualquer sexo e idade, apesar de 60% dos portadores terem menos de 20 anos de idade. Em 10% a 42% dos casos, outros membros da família do paciente apresentam o mesmo problema, o que tem levado estudiosos a relacionar a interação de diversos genes a fatores ambientais, como o estresse ou a presença de microorganismo que lesam o folículo piloso (onde nascem os pelos e fios do cabelo). Já em 20% a 30%, os diagnósticos associam a doença a outras enfermidades de natureza imunológica, como tireoidites, diabetes, lúpus, vitiligo, rinites e outras condições alérgicas.


Um forte sintoma inicial da Alopecia Areata é a queda repentina de pelos em determinadas áreas do corpo, não provocadas por inflamação, que deixam no local da queda placas lisas, arredondadas ou ovais. Um teste que ajuda a diferenciar uma queda de cabelo normal daquela provocada pela doença é puxar com delicadeza um tufo de cerca de 60 fios situados perto da área "pelada". Se pelo menos seis deles forem arrancados pela raiz é um forte indício da enfermidade. A recuperação dos pelos perdidos pode ser total ou parcial, mas também há casos irreversíveis.

Contudo, segundo a especialista, buscar informações corretas e ajuda em fontes seguras e sérias sobre a doença é fundamental para que o paciente não fique vulnerável a falsas promessas de cura e tratamentos equivocados. "A doença não é contagiosa e os portadores podem ter uma vida absolutamente normal, apenas devem proteger as áreas atingidas da exposição ao sol, porque pelos e cabelos têm a função de proteger a pele dos raios solares. Quando o paciente entende a doença, sabe das suas limitações e tem o apoio de familiares e pessoas do seu convívio, se fortalece para tocar a vida em frente, com ou sem cabelo", orienta Dra. Enilde (com informações site saudeempautaonline).


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