A suspensão do atendimento dos planos de saúde no Paraná, prevista para ocorrer dos dias 12 a 26 de novembro, deve afetar cerca de 400 mil usuários de 43 operadoras em todo o Estado.
A informação foi divulgada no final da manhã desta quinta-feira (8) pela Comissão Estadual de Defesa Profissional (CEDP), composta por membros da Associação Médica do Paraná (AMP), do Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e do Sindicato dos Médicos (Simepar).
Durante os 15 dias de paralisação, apenas as consultas de emergência e urgência serão mantidas. Os procedimentos eletivos terão de ser reagendados. Pacientes que insistirem em realizar as consultas no período de suspensão podem optar por fazer o pagamento particular e, dependendo do contrato que possuem com as operadoras, pedir em seguida o reembolso.
Segundo o presidente da AMP, João Carlos Gonçalves Baracho, os profissionais estão em negociação intensa com os planos desde o início de outubro, quando começou o movimento nacional. No entanto, até o momento não obtiveram sucesso. "As reivindicações não são de agora. Vêm de vários anos. Aqui no Paraná, decidimos por um caminho alternativo, entendendo que deveríamos dar crédito à intermediação da Assembleia Legislativa e por total disposição de chegar a um acordo com as operadoras, o que não aconteceu", afirmou.
As exceções são as operadoras da Copel e da Sanepar, que aceitaram corrigir os valores dos honorários. Já a Unimed não está incluída na paralisação, pois é regulada pela Lei das Cooperativas.
De acordo com a CEDP, o Paraná tem em torno de 20 mil médicos ativos, sendo que 70% atendem planos de saúde. A estimativa é que entre 12 e 14 mil participem da mobilização a partir da próxima segunda-feira (12).
Reivindicações - A categoria pede que as empresas passem a pagar no mínimo R$ 80 por consulta, que adotem o índice econômico nacional como plano de referência para o reajuste anual dos contratos e que reconheçam as entidades médicas paranaenses como legitimadas para a realização de acordos e negociações. Hoje os médicos contam que recebem em torno de R$ 42 por procedimento realizado.
"Ao contrário do que muitas pessoas pensam, a questão dos valores é apenas uma das reivindicações. Questões como modificações administrativas, por exemplo, podem ser tratadas individualmente pelas empresas e não demandariam um esforço tão grande", disse o presidente do CRM-PR, Alexandre Gustavo Bley.
A CEDP informa que, se durante os 15 dias de paralisação as entidades médicas não conseguirem chegar a um acordo com as operadoras, uma nova assembleia será convocada para decidir outras formas de atuação. (Atualizado às 13h30)