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Opas defende a ampliação do número de médicos por países da América

10 out 2013 às 15:14

A escassez de médicos e a falta de investimento na Atenção Básica não são problemas exclusivos do Brasil, mas dos 35 países do continente americano, e estes são os principais obstáculos para se atingir a cobertura universal em saúde na região. Foi o que concluiu a Organização Pan-americana de Saúde, que compõe a Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS), do Sistema da Organização das Nações Unidas (ONU), durante a 52ª reunião anual da organização internacional, realizada em Washington na semana passada. Na ocasião, as nações debateram as prioridades regionais em Saúde e, ao final, divulgaram uma resolução sobre Recursos Humanos em Saúde, aprovada por consenso por todos os países do continente, que traz uma série de recomendações no sentido de ampliar o acesso da população a profissionais de saúde.

O Programa Mais Médicos foi apresentado no evento de Washington como uma das ações para fortalecer os recursos humanos em saúde que vai ao encontro das recomendações da organização internacional. "A mais recente destas iniciativas foi o arrojado e inovador programa Mais Médicos, do Brasil", afirmou a diretora da Opas, Carissa Etienneé.


Entre as políticas apontadas na resolução estão a intensificação da cooperação internacional da organização com seus membros para formulação de políticas e capacidades de planejamento; e a reforma da formação médica de pós-graduação, aumentando o número de vagas nas especialidades mais necessárias na atenção básica, em especial na Medicina de Família. A resolução recomenda ainda a avaliação e o monitoramento sistemático de regras e benefícios específicos para recrutar, contratar e estabilizar os profissionais, especialmente em áreas remotas e subatendidas.


"Se essas reformas forem implementadas, as Américas poderão atingir um conjunto de 20 metas para o desenvolvimento dos recursos humanos em saúde que em 2007 os países se comprometeram a alcançar até 2015", afirmou a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde, Carissa Etienneé. Estão entre essas metas: que todos os países das Américas tenham 25 profissionais de saúde para cada 10 mil pessoas e que o desequilíbrio da distribuição de pessoal de saúde entre áreas urbanas e rurais seja reduzido pela metade. Além disso, as metas preveem a adoção de um código mundial de exercício profissional e normas éticas para o recrutamento internacional de profissionais de saúde, que as escolas de saúde reorientem suas atividades para o atendimento básico de saúde e que a proporção de médicos de atenção básica seja de mais de 40% do total da força de trabalho de médicos.

Durante o evento da Opas,foi mencionado estudo realizado sobre educação médica de pós-graduação em 14 países latino-americanos em 2010, que revelou que apenas 18% do total das vagas do primeiro ano da residência médica correspondia à Medicina de Família. Este número se reduz ainda mais ao se excluir Cuba, chegando a 9% no restante dos países. Nos Estados Unidos, as vagas na especialização em Medicina de Família equivalem a 11%, 28% na Espanha e 43% no Canadá.


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