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Ômicron afeta estoques de bancos de sangue em Londrina e no Paraná

31 jan 2022 às 13:34

A pressão da variante ômicron do coronavírus no sistema de saúde também é sentida nos bancos de sangue que encerram janeiro em estado de alerta. Em algumas unidades do Hemepar (Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná), como a de Curitiba, houve uma queda de 30% nas doações, em relação aos anos anteriores. Na última quinta-feira, o centro de coleta na capital paranaense contava com um estoque de pouco mais de 5,4 mil bolsas dos vários tipos de sangue, saldo que era suficiente para cinco dias, no máximo.


No Hemocentro Regional de Londrina, órgão vinculado ao HU (Hospital Universitário) da UEL (Universidade Estadual de Londrina) e que também integra a hemorrede pública do Paraná, a queda nas doações chega a 15%, taxa que se manteve constante em todos os meses da pandemia. Uma situação que tende a piorar com o aumento considerável dos casos de contágio que têm provocado o afastamento dos servidores e a volta da realização dos procedimentos eletivos.


De acordo com Liana Labres de Souza, diretora do Hemepar, a falta de doadores não é algo exclusivo do Paraná. “Essa tendência de queda nas doações de sangue é sentida em todo o Brasil. Temos contornado a situação com um remanejamento de estoques entre as unidades, trabalhando com um grupo para a comunicação entre os responsáveis pelos estoques e que atualizam, constantemente, os quantitativos e os excedentes. Uma logística de transporte faz com que esses hemocomponentes não faltem nas unidades, para que nenhum paranaense seja prejudicado”, afirma.


Esse foi o segundo janeiro de pandemia para os hemocentros e se no ano passado a falta de doadores poderia ser justificada pelo medo instalado e o isolamento, em 2022 o desafio é administrar a falta dos servidores responsáveis pelas coletas que também acabaram se contaminando. “No ano passado, com avançar da vacinação, as doações também começaram a crescer. Hoje, temos parte da equipe afastada, servidores da coleta e da triagem e isso nos obrigou a reduzir os atendimentos. São dois janeiros diferentes e a ômicron nos mostra uma outra face da pandemia, onde estamos com mais equipes de saúde afastadas. Isso cria alguma dificuldade nos nossos processos de trabalho”, revela.


Hoje, doze servidores estão afastados do trabalho por conta da covid na unidade de Curitiba, de uma equipe formada por 170 profissionais. A expectativa é voltar a manter os números de doações como aqueles registradas em dezembro, antes da nova cepa do vírus ganhar força, quando em toda a hemorrede pública paranaense recebeu mais de 15 mil doações. Antes da pandemia, em 2018, as doações médias mensais ultrapassavam as 14,5 mil, em todo o Estado; em 2019 isso caiu para 13 mil e no ano passado ficou uma média mensal de cerca 12 mil doações . “Esse superávit de dezembro foi por conta do aumento da confiança na população, saindo mais, vacinada e o efeito das festas de fim de ano. Infelizmente, durou pouco”, comenta Liana Labres.


Agendamento on-line


A estratégia para manter os doadores e atrair mais pessoas dispostas ao ato de doar sangue envolve a manutenção dos agendamentos online e campanhas de conscientização e informação. “A pandemia trouxe pelo menos uma coisa positiva: com os agendamentos online, o tempo de permanência do doador dentro da unidade caiu de 120 minutos para uma média de 57 min; em alguns casos de até 45 minutos. Isso, para o doador, é uma otimização importante do tempo. Na pesquisa de satisfação, a pontuação para a manutenção dos agendamentos foi alta. Agora, estamos presentes nas redes sociais, sempre orientando os doadores para doarem por tipo sanguíneo, de acordo com o nosso estoque, para que venham aqueles com o tipo sanguíneo do qual temos mais necessidade. Dessa forma, otimizando ainda mais os processos, os doadores são atendidos com mais agilidade. Um esforço para fazer com que a população entenda a importância desse gesto uma vez que não existe um substituto para o sangue humano”, afirma.


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