Segundo maior fator de risco evitável para o câncer, ficando atrás apenas do tabagismo, a obesidade está ligada ao desenvolvimento de 29% dos casos de câncer de útero nas mulheres e 20% dos tumores de esôfago entre os homens
Levantamento divulgado pela Sociedade Americana do Câncer diz que um terço das mortes por câncer são relacionadas à obesidade. Considerada uma epidemia mundial, a obesidade é o segundo maior fator de risco evitável para o câncer, ficando atrás apenas do tabagismo.
A obesidade está ligada ao desenvolvimento de diversos tipos de câncer. Publicação do Instituto Nacional do Câncer (Inca), órgão vinculado ao Ministério da Saúde, diz que a redução dos níveis de obesidade no país pode evitar 19% dos casos da doença.
'A obesidade é a grande epidemia do século XXI. A população brasileira infelizmente está seguindo a tendência internacional e está a cada dia mais gorda. Precisamos nos unir para combater a Obesidade, pois ela é fator de risco para o câncer e outras doenças, como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares', destaca o especialista em cirurgia da obesidade, Dr. Roberto Rizzi.
De acordo com o Inca, a prática de atividade física e uma alimentação saudável podem reduzir em 63% os tumores de boca, faringe e laringe. O controle da obesidade pode fazer com que o câncer de mama tenha sua incidência reduzida em 30%.
'Temos que repensar nossa alimentação, pois ela pode ser fator de proteção ou aumentar os riscos de desenvolvimento do câncer. Precisamos aumentar o consumo de frutas, fibras, verduras, legumes e peixes e deixar de lado alimentos ricos em açúcares e gorduras saturadas, como refrigerantes e alimentos industrializados', diz Dr. Rizzi.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) mostram que a obesidade já atinge mais de 400 milhões de pessoas em todo o mundo. No Brasil, de acordo com dados do Ministério da Saúde, pelo menos 3,5 milhões de pessoas estão em estado de obesidade mórbida, ou seja, estão com pelo menos 40 quilos acima do peso corporal ideal.
Por conta do crescimento da obesidade, o Brasil tem registrado um aumento no número de cirurgias bariátricas, popularmente conhecida como redução do estômago, que é indicado no tratamento da obesidade mórbida. No ano de 2009 o Brasil realizou 30 mil cirurgias, um crescimento de 500% nos últimos 10 anos.
A diminuição do tamanho do estômago para perda de peso é recomendada quando o índice de massa corporal (IMC) é maior que 40kg/m² em pessoas com idade superior a 18 anos, seja homem ou mulher. O procedimento pode ser recomendado, ainda, se o IMC estiver entre 35kg/m² e 40kg/m² e o paciente em questão tiver diabetes, hipertensão arterial, apnéia do sono, hérnia de disco ou outras doenças associadas à obesidade.
'A cirurgia bariátrica é a última opção para o paciente que já tentou, sem sucesso, reduzir peso por métodos tradicionais. O padrão de qualidade da cirurgia é muito alto no Brasil, temos excelentes equipes e a taxa de mortalidade é muito baixa', ressalta Dr. Rizzi.