Uma nova técnica de exame de embriões apresentada por cientistas britânicos pode dobrar as chances de uma fertilização artificial bem sucedida.
Pesquisadores da Universidade de Oxford que participam de um congresso anual de fertilidade nos Estados Unidos apresentaram os casos bem sucedidos de exames em embriões para detectar problemas genéticos.
Até o momento mais de 20 bebês já nasceram com a ajuda desta técnica e os pesquisadores britânicos agora esperam disponibilizar o método para mais pessoas. Atualmente, a técnica é oferecida apenas em algumas clínicas particulares da Grã-Bretanha e custa 2 mil libras (cerca de R$ 5,7 mil).
Os médicos afirmaram que a técnica, chamada de hibridização genômica comparativa (ou CGH na sigla em inglês), poderá ser mais útil para mulheres mais velhas, cujos embriões tem risco maior de apresentar distúrbios genéticos que levam a condições como Síndrome de Down.
A técnica verifica os cromossomos no embrião em desenvolvimento, permitindo que apenas embriões com melhores chances de sucesso sejam utilizados na fertilização in vitro.
O estudo foi realizado pelo segundo ano seguido, mas, desta vez, foram testadas 115 mulheres - número seis vezes maior do que em 2008. Para Dagan Wells, pesquisador da Universidade de Oxford que liderou o estudo, os últimos resultados foram "extraordinários".
De acordo com os pesquisadores, muitas das mulheres que participaram dos testes estavam na "última chance" de fertilização in vitro - tinham por volta de 39 anos e dois tratamentos de fertilização mal sucedidos antes.
'Impacto'
No total, 66% das mulheres ficaram grávidas depois do uso da nova técnica de exames dos embriões, mais do que o dobro do número de mulheres que ficavam grávidas sem o uso dos exames, que foi de 28%.
"Fomos surpreendidos pelo impacto (que o exame) teve nas taxas de sucesso (dos tratamentos de fertilização in vitro)", afirmou Wells. "Creio que chegamos ao ponto em que podemos dizer que estamos presenciando os efeitos positivos."
"A embriologia realmente pedia por isso", afirmou Allan Pacey, da Sociedade Britânica de Fertilidade. "Nós realmente não evoluímos da ciência de apenas olhar pelo microscópio e ver se um embrião parece bom baseado em alguns critérios imprecisos."
"Apesar de (a técnica) estar nas primeiras fases de uso, poderá ser de grande benefício para mulheres mais velhas, cujas chances de sucesso com o tratamento de fertilização in vitro são menores. E também (a técnica) é bem-vinda, pois vai na direção da transferência de um único embrião", acrescentou Susan Seenan, da organização britânica Infertility Network.