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Na dúvida, é melhor 'ir duro, ir cedo e ir rápido' contra a ômicron, diz cientista

Ana Estela de Sousa Pinto - Folhapress
27 nov 2021 às 14:24

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- Polina Tankilevitch/Pexels
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Na dúvida sobre a gravidade da nova variante ômicron, "é melhor 'ir duro, ir cedo e ir rápido' e pedir desculpas se estiver errado", afirmou uma das principais especialistas em sequenciamento genético e saúde pública, Sharon Peacock, diretora do consórcio de genômica britânico COG-UK e professora de saúde pública e microbiologia da Universidade de Cambridge.


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A avaliação foi compartilhada por vários cientistas britânicos que analisaram os riscos da nova variante de preocupação para a plataforma Science Media Center.

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Sharon ressaltou que há muitas questões em aberto, mas as respostas científicas levarão semanas e "há sinais de alerta suficientes para presumir o pior em vez de esperar o melhor, e adotar uma abordagem de precaução".

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Desde a última quarta (24), laboratórios sul-africanos e britânicos trabalham para responder a cinco dúvidas sobre a ômicron: 1) é mais transmissível que variedades já conhecidas?; 2) é capaz de provocar doenças mais graves?; 3) consegue escapar da proteção oferecida pelas vacinas já disponíveis?; 4) tem mais potencial para reinfectar um paciente recuperado e 5) os métodos atuais de diagnóstico são adequados para detectá-la?


Em relação à primeira questão, os números da evolução de Covid no sul da África sugerem que a ômicron seja mais transmissível, "e várias mutações são consistentes com transmissibilidade aumentada", afirma a especialista.

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Ela diz que também estão presentes nessa variante mutações que, em outras já conhecidas, foram associadas à evasão imune -ou seja, a uma menor eficácia dos imunizantes ou do sistema de defesa humano.


Estudos já iniciados para examinar em laboratório como anticorpos e células T (usadas pelo corpo humano para se defender) interagem com a ômicron "levarão várias semanas para serem concluídos", ressalta Sharon. Depois disso, ainda será necessário obter dados do mundo real sobre se a imunidade é reduzida a vacinas e a infecções anteriores.

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Em relação à gravidade da doença, uma preocupação é que os tipos de mutação encontrados poderiam indicar que a ômicron surgiu "em alguém que foi infectado, mas não conseguiu eliminar o vírus, dando a ele a chance de evoluir geneticamente".


"Mas o significado de muitas das mutações detectadas e o efeito da combinação dessas mutações ainda não são conhecidos", ressalta Sharon. Enquanto isso, ela considera acertado limitar a circulação de pessoas e diz que é necessário aumentar a vigilância, a testagem e o sequenciamento.

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No final, pode ser que se conclua que a ômicron não é tão grave quanto a alfa ou a delta, "mas as consequências potenciais de não agir e depois descobrir que ela causa mais dano são sérias", concorda Ewan Birney, diretor-geral-adjunto do Laboratório Europeu de Biologia Molecular.


A restrição a viagens também é defendida pelo professor de epidemiologia de doenças infecciosas da Universidade de Edimburgo, Mark Woolhouse, mas não deve ser vista como solução definitiva.

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"Se um novo mutante adquiriu vantagens sobre os anteriores, como ser mais contagioso, ele vai chegar de qualquer forma", afirma. Ele diz que, se as restrições ajudam a ganhar tempo na luta contra o coronavírus, seu valor depende do que fazemos com esse tempo.


"A prioridade deve ser estabelecer se a ômicron realmente representa uma ameaça significativa à saúde pública. Se for, temos um conjunto de ferramentas disponíveis para diminuir seu impacto", diz o cientista.

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Woolhouse afirma que o mundo terá que "viver com o vírus", o que significa adotar medidas de forma proporcional e sustentável, tentando evitar restrições no atacado, que são menos eficientes. "É melhor tornar as viagens mais seguras com melhores testes e triagem que proibi-las totalmente."


Ao mesmo tempo, países desenvolvidos deveriam intensificar esforços para vacinar o resto do mundo, para entre outros resultados evitar o aparecimento de novas variantes, afirma o pesquisador sênior em saúde global da Universidade de Southampton (Reino Unido), Michael Head.


"Apenas cerca de 11% da população africana recebeu ao menos uma dose da vacina contra Covid. A grande parte da África subsaariana tem sido muito bem-sucedida para manter surtos sob controle, apesar de seus recursos limitados, mas o risco de um colapso é sempre muito grande", afirmou.


Lawrence Young, virologista e professor da faculdade de medicina da Universidade de Warwick, concorda: "Variantes continuarão a ser geradas enquanto o vírus puder se espalhar, especialmente em países onde as taxas de vacinação são baixas. É do interesse de todos vacinar todo o mundo".


Além de ampliar as campanhas de vacinação, é preciso concentrar esforços para melhorar os atuais imunizantes, diz Richard Hatchett, principal executivo da Cepi, rede global criada em 2017 para se antecipar a patógenos capazes de provocarem pandemias.


A coalizão coordena o desenvolvimento de uma nova geração de vacinas, que possam superar limitações das atualmente disponíveis, como uma versão nasal, que possa interromper a transmissão, ou fármacos que visem outras partes do coronavírus que não a proteína S (estrutura usada pelo Sars-Cov-2 para penetrar na célula humana).


O fato de que a ômicron tem um número grande de mutações nessa proteína S é o que leva os cientistas a temerem que a variante possa escapar da proteção oferecida pelas vacinas, criadas para reconhecer uma estrutura que pode ter sido muito alterada.


Segundo Hatchett, os centros de inovação estão "um passo à frente do vírus", desenvolvendo vacinas contra variantes de preocupação já conhecidas e outras "à prova de variantes", capazes de proteger contra uma grande diversidade de mutações.


A Cepi também financia estudos sobre quais as estratégias mais eficazes de vacinação, como por exemplo a combinação de fármacos diferentes, que podem provocar uma imunidade mais forte e duradoura.


Como os imunizantes ainda são escassos e insuficientes para a demanda, o objetivo precisa ser "otimizar a distribuição das vacinas, para que cada dose forneça o benefício máximo", afirma Hatchett.


Em entrevista na manhã deste sábado à BBC, o cientista britânico que liderou as pesquisas sobre a vacina Oxford/AstraZeneca contra o coronavírus afirmou que é possível criar uma nova contra a variante ômicron "muito rápido".


O professor Andrew Pollard, diretor do Oxford Vaccine Group, considerou que é "altamente improvável" que esta nova variante se propague com força entre a população já vacinada.


Os fabricantes de outras vacinas, como Pfizer/BioNTech, Moderna e Novavax também se mostraram confiantes em sua capacidade para combater a nova cepa.

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