Um novo simulado para treinar as equipes de saúde para um eventual caso suspeito de Ebola no Brasil foi realizado nessa quarta-feira (3), em Brasileia (AC).
O município é rota migratória para a entrada de estrangeiros por via terrestre no País. O exercício foi realizado no Hospital Estadual Raimundo Chaar, em parceria do Ministério da Saúde e a Secretaria Estadual de Saúde do Acre. Ao todo, cerca 100 pessoas participaram da simulação.
A ação teve como objetivo colocar em prática os planos de preparação e protocolos elaborados para essa situação, servindo como treinamento das instituições envolvidas, em condições que simulam um caso real.
O exercício contemplou os passos que devem ser adotados, desde a chegada do paciente na unidade de saúde, o procedimento de identificação de caso suspeito, isolamento e manejo inicial do paciente no pronto atendimento e uma simulação de transporte do paciente ao hospital de referência, em Rio Branco (AC).
"É importante ressaltar que foi um treinamento programado como parte do processo de preparação do Brasil", afirmou o Secretário de Vigilância em Saúde, Jarbas Barbosa, alertando para o fato que, até o momento, houve apenas um caso suspeito pelo vírus ebola (DVE) no Brasil. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o risco de transmissão da doença por viajante internacional é considerado muito baixo.
Esse é o terceiro simulado realizado no País. Outros dois foram aconteceram no Rio de Janeiro e em São Paulo, quando foi treinado o protocolo de atendimento de caso suspeito em aeroporto internacional, com base em exemplo fictício de resgate de um suspeito com Ebola procedente dos países onde há epidemia do vírus (Libéria, Serra Leoa e Guiné).
A atividade
O exercício teve início com a entrada do paciente de Serra Leoa (país da África Ocidental com transmissão de ebola) no Hospital Estadual Raimundo Chaar.
Professor de história e estudante da língua portuguesa, 42 anos, o paciente relatou febre e mal estar no dia anterior, sendo 18 dias entre a saída de países afetados pelo vírus ebola e início dos sintomas, se enquadrando, assim, na definição de caso suspeito.
Após a entrega do passaporte na recepção do hospital, deu-se início o protocolo de resposta hospitalar. Uma equipe de enfermagem foi chamada pelo funcionário da recepção, que constatou tratar-se de um caso suspeito de ebola.
O paciente foi imediatamente isolado para iniciar a investigação. Um médico da unidade, vestindo equipamento de proteção individual (EPI), iniciou a entrevista, que busca relembrar todos os fatos relacionados com a doença e à pessoa doente, a fim de ajudar no seu diagnóstico.
Enquanto isso, o Núcleo de Vigilância do Hospital notificou o Centro de Informações Estratégicas de Vigilância em Saúde (CIEVS/SES-AC) da Secretaria de Saúde do Estado do Acre (SES-AC) e a Secretaria de Saúde do Município de Brasileia. Em seguida, o CIEVS comunicou à Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde por meio do Disque Notifica.
Depois de exames clínicos e estabilização do paciente, o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamado para fazer o seu transporte à capital Rio Branco para tratamento até que o Ministério da Saúde faça o transporte do paciente ao Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (Fiocruz), no Rio de Janeiro.
Vale ressaltar que, como a simulação foi para treinamento da unidade de saúde de Brasileia, a pessoa - que seria o caso suspeito - não foi transportada para Rio Branco e nem para o Rio de Janeiro.
Além do Ministério da Saúde e da Secretaria Estadual de Saúde do Acre, a ação contou com a participação das Secretarias Municipais de Brasileia, Assis Brasil e Epitaciolância, além da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e SAMU.