Os profissionais cubanos integrantes do programa Mais Médicos começarão a deixar o Brasil daqui a dez dias, segundo informou nesta quinta-feira, 15, a Embaixada de Cuba a um representante do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems). Na quarta, 14, o governo de Cuba anunciou a saída do programa brasileiro por causa de declarações do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL), que exigia mudanças nas regras do acordo. Com o fim da parceria, 8,3 mil cubanos terão de deixar o Brasil.
As datas das primeiras partidas dos profissionais foi informada ao presidente do Conasems, Mauro Junqueira, em reunião realizada nesta quinta entre ele, membros da Embaixada de Cuba e representantes da Organização Panamericana de Saúde (Opas), intermediária do acordo. De acordo com o diretor de Comunicação Social do Conasems, Diego Espindola de Ávila, o governo cubano disse ainda que a ideia é que todos os médicos deixem o Brasil até o fim do ano.
"Eles não informaram quantos viajarão no primeiro grupo nem de quais cidades serão. Até porque ainda estão tentando organizar a viagem porque serão necessários muitos voos", declarou ele, que também é secretário de saúde de Piratini, no Rio Grande do Sul, cidade de 20 mil habitantes onde quatro dos sete médicos dos postos de saúde são cubanos.
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"Vai ser um caos para a gente. Metade da população da minha cidade mora na zona rural, que só é atendida pelo programa Saúde da Família e hoje só tem cubanos. Os três médicos brasileiros que eu tenho têm jornada de 20 horas semanais e não podem atender pelo PSF (que exige dedicação de 40 horas semanais). O impacto será muito grande", diz ele.
O Ministério da Saúde afirmou na quarta que lançará um edital emergencial nos próximos dias para tentar repor os médicos cubanos.