Uma médica que atuava no Hospital Evangélico de Curitiba foi presa nesta terça-feira (19) sob suspeita de ser responsável por mortes de pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). A médica seria diretora da UTI do hospital. A prisão foi efetuada por policiais do Núcleo de Repressão aos Crimes Contra a Saúde (Nucrisa) da Polícia Civil.
A polícia investiga a suspeita de eutanásia, prática induzida com o consentimento do paciente com o objetivo de abreviar a vida em quadros irreversíveis. Nesta tarde, funcionários da UTI estão prestando depoimento à Polícia Civil. O Ministério Público do Paraná (MPPR) também acompanha as investigações.
Durante a tarde, a médica foi ouvida pela polícia e encaminhada para o Centro de Triagem, em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, onde permanece presa. O advogado da acusada, Elias Mattar Assad, disse que vai entrar com pedido de liberdade para a médica.
O secretário de Estado da Saúde, Michele Caputo Neto, anunciou a participação do Estado na comissão de sindicância que vai investigar as mortes no hospital. A comissão da saúde trabalhará paralelamente a investigação policial. A Secretaria de Estado da Saúde definiu um profissional e um suplente para atuar na comissão.
Em nota enviada à imprensa, o MP declarou que "para não prejudicar o andamento das investigações e tendo em vista o sigilo das informações contidas no procedimento, que inclui informações pessoais de pacientes, o Ministério Público não fornecerá, no momento, detalhes a respeito dos fatos em apuração."
A Polícia Civil havia informado que a delegada do Nucrisa participaria de uma entrevista coletiva. Porém, a entrevista foi cancelada no final da tarde e foi apenas divulgada uma nota oficial sobre o caso. Na nota, a Polícia Civil disse que poucas informações podem ser repassadas sobre o caso "pois o Departamento da Polícia Civil obedece às limitações do sigilo decretado judicialmente nos autos. As medidas adotadas estão respaldadas em lei e que todas as providências necessárias visando a segurança e saúde da população serão tomadas", diz a nota.
Hospital - Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa, o Hospital Evangélico disse que abriu uma comissão de sindicância interna para apurar os fatos. O hospital ainda informou que reconhece a competência profissional da médica envolvida nas denúncias e que, até o momento, desconhecia qualquer desvio de conduta que ferisse a ética médica.
Ainda segundo a nota, o hospital se colocou a disposição das autoridades para colaborar com as investigações, que não são conhecidas pela entidade por estarem em sigilo.
CRM - o Conselho Regional de Medicina do Paraná (CRM-PR) também divulgou nota na qual diz que não pode prestar esclarecimentos sobre o caso, porque as investigações seguem em segredo de Justiça. Porém, o órgão informou que toma as medidas necessárias para abrir sindicância sobre o fato e tomará providências assim que tiver acesso à investigação.(atualizado às 19h29)