A jornalista Lanusse Martins, de 27 anos, morreu na tarde desta segunda-feira (25), em uma clínica particular, localizada no Edifício Passini, na Asa Sul, em Brasília, após uma cirurgia de lipoaspiração, segundo informações da TV Justiça, onde trabalhava como repórter havia cerca de três anos.
O Ministério Público do Distrito Federal vai investigar a hipótese de que um erro médico provocou a morte da jornalista.
De acordo com a Promotoria de Defesa dos Usuários dos Serviços de Saúde (Pró-Vida), Lanusse sofreu uma hemorragia durante uma lipoaspiração. Laudo do Instituto Médico Legal (IML) apontou a existência de perfuração de vasos (veias e artérias) pelas incisões feitas no corpo para retirada de gordura.
"O laudo reforça a suspeita de erro médico", apontou Diaulas Ribeiro, que avalia denunciar os dois médicos que conduziram a operação - cirurgião e anestesista - por homicídio culposo, sem intenção de matar, ou doloso.
Com base no laudo, o promotor descartou que a causa da morte tenha sido uma embolia, efeito colateral inerente à lipoaspiração, fatalidade que eximiria os médicos de responsabilidade criminal.
O hospital onde foi realizada a operação também poderá ser denunciado pelo promotor. Especializado em procedimentos oftalmológicos, a clínica alugava um espaço para médicos de outras especialidades. No entanto, não oferecia a retaguarda necessária, como uma Unidade de Terapia Intensiva (UTI) ou UTI móvel para remoções rápidas.
Lanusse, segundo apurou o MP, contratou os médicos para uma lipoescultura no abdome e substituição de próteses mamárias, um procedimento considerado de média complexidade que não poderia ser realizado sem uma estrutura adequada.
A Polícia Civil, a pedido de Diaulas, abriu um inquérito para apurar o caso e nos próximos dias deve tomar o depoimento dos médicos e responsáveis pela clínica. "Estamos trabalhado em parceria com a polícia. Também pedi ao Conselho Regional de Medicina (CRM-DF) que apure no plano que lhe compete o procedimento do cirurgião responsável".