Os laboratórios do Brasil que coletam sangue querem que os médicos parem de exigir o jejum de seus pacientes para a realização de exames laboratoriais. O tema foi debatido no Congresso Brasileiro de Patologia Clínica e Medicina Laboratorial, na semana passada, no Rio de Janeiro.
Alguns laboratórios de São Paulo começaram uma campanha para informar funcionários, médicos e pacientes sobre a coleta sem restringir a alimentação. O avanço dos equipamentos, dos reagentes químicos e das análises teriam afastado a interferência da alimentação do resultado dos exames.
Ficou, porém, uma cultura do jejum. Médicos e pacientes sempre pensam em restringir a alimentação quando pedem ou fazem qualquer. No entanto, segundo os laboratórios, apenas 5% dos exames ainda requerem jejum, como os de glicose e triglicérides (tipo de gordura), cujos valores mudam após a refeição.
Já os exames de colesterol total, HDL (colesterol "bom"), de LDL (colesterol "ruim") dosado diretamente (e não calculado através de uma fórmula que usa os triglicérides), o hemograma e grande parte dos hormônios não exigem mais a restrição.
Segundo os especialistas, a necessidade do jejum deve ser avaliada para cada exame.
Estudos têm questionado a necessidade do jejum para medir o colesterol. Isso porque a maior parte dele é produzida pelo corpo e pouco muda com a alimentação, com exceção dos triglicérides.Para a maioria dos exames, incluindo o colesterol, o jejum é de fato desnecessário por causa das novas metodologias.
Ainda que nem todos os laboratórios tenham eliminado o jejum, muitos estão diminuindo o período para 3h ou 4h dependendo do exame. Apesar das mudanças nos laboratórios, continua prevalecendo a exigência do médico.
(Com informações Folha de S. Paulo)