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Instituto vai traçar perfil genético de triatletas

18 dez 2014 às 15:01

Uma pesquisa inédita desenvolvida no Instituto Nacional de Traumatologia e Ortopedia Jamil Haddad (Into), em parceria com o Instituto Nacional de Cardiologia (INC), vai traçar o perfil genético de 60 triatletas e maratonistas do Rio de Janeiro.

O objetivo dos pesquisadores é entender quais as caraterísticas genéticas estão envolvidas com o aumento do rendimento e a absorção de oxigênio dos atletas.


O estudo será concentrado em duas proteínas responsáveis pela absorção de energia para identificar mutações genéticas relacionadas ao consumo máximo de oxigênio, um dos fatores que classifica a capacidade funcional do indivíduo.


As proteínas MCP1 e MCP2 têm a função de transportar na célula o ácido piruvato que, por sua vez, atua na transformação de partículas de glicose em energia no organismo.


Coordenador do Laboratório de Pesquisa Neuromuscular e de Fisiologia do Esforço do Into, o pesquisador José Inácio Salles afirma que a alteração genética pode ser a explicação para uma pessoa ter a performance melhor do que a outra, quando submetidas ao mesmo regime de treinamento. "As mutações nos genes podem diferenciar aqueles que são capazes de obter níveis mais elevados de energia a partir da respiração durante o treinamento."


A expectativa dos pesquisadores é que o Instituto possa desenvolver um sistema de diagnóstico que indicará o potencial de desempenho individual de corredores e triatletas. "Se nossa hipótese for confirmada, esse projeto será de extrema importância para a ciência do esporte e poderá ajudar futuramente os treinadores a orientar programas de preparação de atletas conforme o seu potencial genético", disse Salles.


Perfil genético dos atletas


A pesquisa está em fase inicial de coleta de material genético (sangue e saliva) para o sequenciamento do DNA, e a realização de testes de esforço físico para avaliar e monitorar a função cardiorrespiratória dos atletas.


Participam do estudo 60 atletas amadores, de 25 a 45 anos, de alto e baixo desempenho com, pelo menos, dois anos de treinamento sistemático e participação regular em maratonas, incluindo corridas de 10 a 20 quilômetros e provas de triathlon.

Os resultados devem ser divulgados em dois anos e serão correlacionados também com o tempo e as distâncias percorridas em competições recentes, como maratonas e etapas de triathlon, disputadas pelos participantes.


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