Os médicos do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, paralisaram as atividades nesta segunda-feira (28) e vão permanecer de braços cruzados até a próxima quinta-feira, em protesto contra a Medida Provisória (MP) nº 568/2012, que reduz os salários dos profissionais do sistema público federal. Trezentos médicos de um total de 329 aderiram à paralisação.
Segundo a assessoria do HC, mil atendimentos deixaram de ser feitos, 21 cirurgias foram suspensas e apenas 9 concluídas ontem. Em média, são realizados 40 procedimentos por dia. O atendimento foi normal para pacientes internados e casos de urgência ou emergência. Sessões de quimioterapia também não foram comprometidas.
Grande parte dos pacientes vem do interior e do litoral. Muitos tiveram que voltar para casa sem atendimento. O HC informou que quem não foi atendido terá que remararcar as consultas pelos telefones (41) 3360-1833 e (41) 3360-1800. A previsão inicial é de que os atendimentos sejam remarcados para daqui 30 dias.
A categoria reclama que com a MP editada no último dia 11, e que ainda vai passar pelo Congresso, vai reduzir os vencimentos dos médicos. Além disso, os adicionais de periculosidade e insalubridade teriam um valor absoluto fixo, em vez de corresponderem a até 20% do salário.
''Quem não for atendido pode remarcar a consulta para outros dias. Somente casos de urgência ou emergência estão sendo priorizados. A categoria está mobilizada e na quinta-feira os servidores federais vão se reunir para definir os próximos passos da mobilização'', disse o chefe do Setor de Urgência e Emergência do HC, Eduardo Ferreia Lourenço.
O Sindicato dos Médicos do Paraná (Simepar), o Conselho Regional de Medicina (CRM-PR) e a Associação dos Médicos do Paraná (AMP) manifestaram apoio ao movimento e divulgaram uma nota de repúdio à MP nº 568/2012. (AS informações são do repórter Rubens Chueire Jr., da Folha de Londrina)