Cinco cubanos deixaram o Programa Mais Médicos e não voltaram para o seu país, informou nesta terça-feira, 11, o Ministério da Saúde. O chefe da Pasta, Arthur Chioro, disse que, de sexta-feira, diz 7, para cá, houve registro de quatro intercambistas que deixaram de comparecer ao serviço, entre eles, Ortelio Guerra, que nesta segunda-feira, 10, postou nas redes sociais que já estava nos Estados Unidos. Soma-se a esse grupo Ramona Rodriguez, que na terça-feira da semana passada pediu refúgio para liderança do DEM, depois de abandonar o posto de Pacajá (PA).
Ao todo, desde sexta-feira, são 89 profissionais considerados faltosos no programa, sendo 80 brasileiros e 9 estrangeiros, dos quais quatro são cubanos. Nesta quarta-feira, 12, será publicado no Diário Oficial da União um comunicado requisitando o retorno desses profissionais ao programa. Eles terão 48 horas para se apresentar, caso contrário, serão formalmente desligados do Mais Médicos.
O Ministério da Saúde não sabe ao certo quando os 89 profissionais deixaram de comparecer a seus postos de trabalho. "Não significa que as ausências foram de sexta-feira para cá. Há casos mais antigos, mas que somente foram comunicados agora", disse o ministro.
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Questionado sobre o número de profissionais que abandonaram o programa, Chioro disse não estar preocupado e afirmou considerar baixo o índice de desistência. O ministro também afirmou não estar preocupado que o Brasil seja usado como uma porta de saída de cubanos que desejam deixar o sistema do seu país. "A nossa relação é uma relação de cooperação. Eles vêm ao Brasil e vão por livre e espontânea vontade", disse Chioro.
Na semana passada, a médica cubana Ramona Matos Rodrigues, que trabalhava no programa na cidade de Pacajá (PA), já tinha deixado o trabalho e pedido abrigo na liderança do DEM na Câmara dos Deputados. A decisão foi tomada depois que a médica teve conhecimento de que o Ministério da Saúde repassa mensalmente para os médicos que atuam no programa o equivalente a R$ 10 mil. Recrutada por meio de um convênio firmado entre Organização Pan-Americana (Opas) e Cuba, Ramona disse receber o equivalente a US$ 400.