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Genes que podem agravar a osteoartrite do joelho

29 out 2010 às 16:24

Pesquisadores da Escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte anunciaram os resultados de um estudo clínico que avaliou o desempenho de fatores genéticos no agravamento da osteoartrite, durante o Congresso Mundial de Osteoartrite, evento promovido pela Sociedade Internacional de Pesquisa em Osteoartrite (Osteoarthritis Research Society International - OARSI), realizado em Bruxelas, Bélgica, entre os dias 23 e 26 de setembro.

O estudo mostrou que pacientes com evidência radiológica de osteoartrite no joelho que haviam herdado um padrão genético específico no receptor antagonista interleucina-1 (IL-1Ra) tinham duas vezes mais chances de apresentar agravamento no quadro da doença.


Para este estudo, 1154 pacientes participantes do Johnston County Osteoarthritis Project foram monitorados por um período que variou de 4 a 11 anos, de forma a envolver o início e a evolução da doença. Os pacientes tiveram seus genes avaliados no início do estudo e também foram monitorados por radiografias. Nove genes estariam associados à progressão da osteoartrite, na maior parte das vezes, eles estavam associados a variações no gene IL-1Ra.


A interleucina-1 (IL-1) é um dos principais compostos químicos envolvidos na destruição de cartilagens e ossos. Padrões genéticos que determinam a inibição da fabricação deste composto contribuem para a progressão da osteoartrite. O estudo americano demonstrou que três padrões genéticos específicos comumente encontrados na população mundial são preditivos de diferentes riscos para a progressão da osteoartrite.


A pesquisa foi conduzida por Joanne Jordan, chefe da Divisão de Reumatologia, Alergia e Imunologia do Thurston Arthritis Research Center, localizado na Universidade da Carolina do Norte, em Chapel Hill. O estudo é o primeiro do tipo a incluir afrodescendentes americanos e caucasianos, bem como o pioneiro também na inclusão de fatores genéticos, exames radiológicos, sorológicos, físicos e funcionais de seus participantes.


"A forte ligação entre a osteoartrite progressiva e as variações do gene IL-1Ra, demonstrada por este estudo, e por dados provenientes de pesquisas anteriores, sugere que esta informação genética pode ajudar a identificar pacientes de alto risco e isso, por sua vez, auxiliaria os cientistas no desenvolvimento de drogas de combate à doença", explica o reumatologista Sergio Bontempi Lanzotti, diretor do Instituto de Reumatologia e Doenças Osteoarticulares (Iredo).


A osteoartrite é a doença reumática mais comum no mundo e não há, até o momento, nenhuma droga que, comprovadamente, possa reverter sua progressão. Um dos desafios para o desenvolvimento de medicamentos para combater esta doença tem sido exatamente a falta de ferramentas que permitam prever quais pacientes são mais propensos a apresentar quadros mais graves de osteoartrite.

Há um forte potencial no uso de padrões genéticos IL-1Ra na seleção de pacientes para estudos clínicos que possam levar à descoberta de medicamentos mais eficazes. "A descoberta destes marcadores genéticos também é muito útil para médicos acompanharem mais de perto pacientes com maior propensão ao agravamento da doença e que, provavelmente, necessitarão de cirurgia", explica o reumatologista (com MW- Consultoria de Comunicação).


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