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Entenda a intoxicação por monóxido de carbono

02 jan 2024 às 18:14

Na manhã de segunda (1º), quatro jovens foram encontrados mortos dentro de um carro BMW na rodoviária de Balneário Camboriú. Morreram uma jovem de 19 anos e três rapazes de 16, 21 e 24 anos.


A principal suspeita da Polícia Civil de Santa Catarina é de que o grupo tenha sido vítima de uma intoxicação por monóxido de carbono (CO) -gás tóxico inodoro e incolor produzido pela combustão incompleta de qualquer substância que contenha carbono-, que vazou do motor para dentro do veículo em que estavam. 


O caso ocorre pouco mais de três meses da morte do banqueiro cearense José Bezerra de Menezes Neto, conhecido como Binho Bezerra, 66, e sua mulher, Luciana, 62, em um condomínio de luxo em Guarujá, no litoral paulista.


Em julho de 2023, a intoxicação por monóxido de carbono também foi a causa da morte de um casal encontrado morto em um chalé da pousada Aroma de Jasmim, em Monte Verde, distrito de Camanducaia (MG).


O que acontece ao inalar monóxido de carbono? 


A morte por inalação de CO ocorre em minutos, principalmente se a pessoa estiver dormindo, embriagada ou em outra condição que dificulte a percepção.


"O monóxido de carbono inalado se liga à hemoglobina, que impede o transporte de oxigênio. Se você inala uma quantidade pequena, tem sintomas leves. Tudo depende do tempo, da exposição e da quantidade [inalada]", afirma Andrea Sette, pneumologista do Hospital São Luiz Itaim, da Rede D'Or.


Quais os sintomas da inalação? 


Leves:


- cansaço 

- sonolência 

- tontura 

- dor de cabeça 

- dor abdominal 

- vômito 

- dor no peito 

- confusão mental 

- dificuldade de concentração   

 

Graves:


- convulsões 

- alteração do estado neurológico 

- ataxia (distúrbio neurológico que causa a perda de coordenação motora) 

- arritmias cardíacas 

- isquemia do miocárdio 

- acidose metabólica 

- coma


O que se sabe até agora sobre o caso dos quatro jovens? 


O veículo onde as vítimas estavam é uma BMW em que eles estavam havia passado recentemente por uma customização no escapamento para aumentar o ronco do motor. Ainda não se sabe quem era do dono do carro.


Peritos da Polícia Civil identificaram uma perfuração entre o motor e o painel do veículo, fazendo com que o monóxido de carbono vazasse para o interior do carro onde o grupo estava. Como o ar-condicionado estava ligado e os vidros estavam fechados, o gás ficou concentrado no espaço confinado.


De acordo com o delegado Bruno Effori, responsável pelo caso, o grupo foi à rodoviária buscar uma jovem que estava chegando à cidade de ônibus. Ela relatou à polícia que, ao encontrar o grupo, eles comentaram estar com mal-estar, enjoo, vômito e tremedeira.


Segundo ela, todos estavam se sentindo mal, mas aparentemente conscientes. Resolveram, então, ficar ali por três, quatro horas, com o veículo ligado, com o ar-condicionado ligado.


"Ela [a testemunha] ficou entrando e saindo do veículo, porque ela não queria ficar ali dentro, porque estava se sentindo bem. Provavelmente foi isso que a salvou", disse Effori.


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