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Doenças na velhice podem ser retardadas com prevenção

03 out 2009 às 10:28

Ao participar do 2º Congresso Brasileiro sobre Saúde e Aposentadoria, o psiquiatra Ricardo Brasil Martins chamou a atenção para a necessidade da divulgação de cuidados médicos preventivos a partir do início da idade adulta, principalmente para as pessoas com mais de 60 anos.

Ele alertou que o processo de envelhecimento tem que começar a ser acompanhado cedo, desde o início da idade adulta, pois uma série de funções do organismo começa a mudar, favorecendo o aparecimento de doenças. O médico reconheceu que o governo começa a se preocupar com a questão da saúde dos idosos, uma vez que a prevenção ainda é pouco explorada.


Qualidade de vida


Segundo Brasil Martins, o mais comum é as pessoas procurarem o médico quando já estão doentes, por isso a cura fica mais difícil. A previsão é de agravamento do quadro atual a partir de 2025, quando haverá aumento sensível da população idosa no Brasil e no mundo. Ele defendeu a criação de políticas estratégicas de saúde para melhorar a qualidade de vida dessa faixa da população.


Doença crônica


Os idosos no Brasil são portadores de pelo menos uma doença crônica e a maioria usa regularmente pelo menos um medicamento. Entre os aposentados, um em cada três apresenta algum distúrbio psiquiátrico.


De acordo com o médico, os serviços de saúde, da forma como estão estruturados, não estão preparados para atender sequer a demanda atual. Na sua opinião, é necessário também melhorar a qualificação médica, além de promover um processo de entrosamento entre as diversas especialidades com vista a melhorar a saúde do idoso.


Qualidade médica


Ricardo Brasil Martins trabalha no Hospital São Vicente, em Taguatinga, o único centro existente no Distrito Federal que faz atendimento de emergência a pacientes com distúrbios psiquiátricos. Ele informou que a instituição tem 35 leitos e mantém sempre mais de 100 pacientes internados.


Em cada dez pacientes que chegam ao São Vicente, segundo o psiquiatra, 3 ou 4 vêm do Entorno do Distrito Federal, ou de estados vizinhos, como Minas Gerais e Bahia. Brasil Martins lembrou que as instalações não são suficientes para acomodar bem a todos.


Ele recomendou que, para evitar o transtorno do atendimento psiquiátrico nos serviços de emergência, a melhor solução é a procura por ambulatórios ao aparecerem os primeiros sintomas.


Remédios em excessos


O idoso precisa receber orientação nutricional diferenciada, conforme Martins. É frequente esse público sofrer de doenças apenas aparentes, que na verdade são efeitos colaterais pelo uso excessivo de remédios, sobrecarregando o organismo.


A descalcificação óssea é um dos processos mais perigosos para o idoso, disse o médico. Os ossos ficam esponjosos, facilitando a ocorrência de fraturas, sendo a mais grave a do fêmur. Quando isso acontece, metade dos pacientes morre no espaço de um ano.

Para Brasil Martins, a aposentadoria tem que ser entendida como nova fase de reprogramação da vida do cidadão, devendo envolver necessariamente uma rotina de hábitos saudáveis e o acompanhamento da saúde.


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