O Conselho Regional de Enfermagem do Paraná (Coren/PR) abriu processo administrativo para apurar o indiciamento do enfermeiro Ernandes Felisberto a Silva pela morte de Maria da Luz das Chagas dos Santos, 37 anos, em 23 de junho, em frente à Unidade de Pronto Atendimento de Saúde (UPA), no bairro Fazendinha em Curitiba.
O relator tem até dez dias para indicar a admissibilidade da denúncia. Segundo o Coren, a única documentação existente até então era o relatório enviado pela Secretaria Municipal de Saúde.
A Polícia Civil concluiu na segunda-feira (17) o inquérito do caso. Ernandes Felisberto a Silva, enfermeiro, com mais de 23 anos de experiência, e atendente que prestou o primeiro atendimento à vítima, foi indiciado por homicídio culposa, quando não há intenção de matar. "Ele avaliou o caso como sendo de natureza menos grave, sem adotar qualquer providência. Não só ignorou a crise de hipertensão, como também ignorou as informações inseridas no prontuário médico que indicavam um histórico de problemas cardíacos", ressaltou o delegado responsável pelo caso, Francisco Caricati.
De acordo com as investigações da Polícia Civil, através da Delegacia de Homicídios e Proteção a Pessoas, quando a vítima chegou até a UPA, os sintomas apresentados indicavam um quadro grave de hipertensão, exigindo, ao menos, que fosse imediatamente medicada, a fim de baixar sua pressão arterial. "A triagem foi feita quando ela chegou na unidade de saúde, ali percebemos que houve sim, uma falha, uma negligência por parte do atendente que deixou de tomar as providências simples, que poderiam ter evitado a morte dela, tais como, tranquilizá-la colocando em uma cama ou em uma maca e ministrado a ela um remédio", lembrou Caricati.