Os laboratórios de reprodução humana assistida contam com equipamentos de última geração e devem fazer uma rigorosa aplicação de protocolos de controle de qualidade e biossegurança. Para funcionarem é preciso observar a normatização ética do Conselho Federal de Medicina e todas as decisões legais da Agência Nacional de Vigilância Sanitrária, Anvisa.
"O rigor na observação destas normas garante o mais alto padrão de segurança biológica possível para a manipulação de gametas e embriões humanos. Por isto, os resultados obtidos no campo da reprodução humana, no Brasil, alcançam expressivos níveis de sucesso, como os obtidos em laboratórios europeus e americanos", afirma o Prof° Dr. Joji Ueno, diretor do Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo.
De 1978 para cá – ano de nascimento de Louise Brown, primeiro bebê de proveta do mundo – as técnicas de reprodução humana assistida evoluíram, assim como as pesquisas científicas em torno de células-tronco embrionárias, mas mesmo com as notícias sobre os avanços nessas áreas do conhecimento, pouco se conhece sobre o trabalho dos que atuam nos bastidores das clínicas de reprodução humana assistida.
"O embriologista clínico é o profissional de saúde que se dedica a realizar, in vitro, a fertilização e o desenvolvimento embrionário inicial para fins terapêuticos e diagnósticos, independentemente de sua formação. É geralmente representado por biólogos, biomédicos, farmacêuticos, médicos e veterinários", afirma a biomédica Luciana Semião Francisco, professora do Curso Aspectos Básicos do Laboratório de Reprodução Humana Assistida, promovido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo.
Um embriologista deve apresentar múltiplos dons, de naturezas distintas, para ser um bom profissional. Uma combinação entre habilidade manual, base teórica, apreço pelo estudo, domínio de várias línguas, disciplina, segurança, capacidade de tomar decisão, envolvimento, perfeccionismo, ética.
Outros requisitos essenciais para ser bem sucedido na profissão é ter sensibilidade para fazer a abordagem dos casais que enfrentam problemas para engravidar, bem como a habilidade e a rapidez para tomar decisões, lidando com situações inesperadas no dia a dia do laboratório.
Ao contrário de outras profissões na área da saúde, o mercado de trabalho é bem fechado. "Por uma questão de segurança, a circulação nos laboratórios de fertilização é restrita apenas a dois ou três embriologistas, o que dificulta os estágios. Para que o embriologista atue na área de reprodução humana é preciso um curso de especialização e dois anos de treino. Só depois disso, pode-se manipular com segurança gametas e pré-embriões. A grande dificuldade é o treino, pois não se pode colocar em risco o material do casal em tratamento. Vamos abordar todos os aspectos do funcionamento dos laboratórios nos cursos que programamos para este segundo semestre", explica a professora do Curso Aspectos Básicos do Laboratório de Reprodução Humana Assistida, promovido pelo Instituto de Ensino e Pesquisa em Medicina Reprodutiva de São Paulo (com MW-Consultoria de Comunicação).