O hematologista Samir Kanaan Nabhan, do Hospital de Clínicas (HC) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), disse esperar que casos como o de Lorenza Roberta de Mello e José Adilson Sabino, paciente e doador de medula óssea que se conheceram na última sexta-feira (23), estimulem outras pessoas a se cadastrar como voluntárias nos Hemocentros espalhados pelo país.
Apesar de o banco brasileiro ser o terceiro maior do mundo, com mais de três milhões de cadastros, e atrás apenas de Estados Unidos e Alemanha, o médico explica que a miscigenação da população acaba dificultando o processo. "A gente precisa muito que esse banco seja cada vez maior. Como no Brasil a nossa população é de imigrantes, principalmente, é difícil que em relação à compatibilidade genética a gente encontre esses doadores fora. Então quanto mais voluntários, com certeza será melhor".
Outro complicador, de acordo com Nabhan, são os cadastros incompletos ou desatualizados. Por isso, ele pede que os interessados em doar informem sempre seus endereços e telefones corretos para contato. "As pessoas devem entender que elas estão se vinculando a um processo que tem como objetivo salvar a vida de alguém. Se de repente for encontrado esse doador e ele não estiver disponível ou tiver desistido da doação, a gente terá a sorte de encontrar uma em cem mil pessoas, mas ao mesmo tempo o azar de não realizar o transplante", afirmou.
Os voluntários interessados em fazer o cadastro devem se dirigir a um dos Hemocentros espalhados pelo Estado, onde irão retirar uma pequena amostra de sangue e preencher uma ficha com informações pessoais. Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos que não tenha doença infecciosa ou incapacitante pode ser doadora. Já para atualizar as informações, basta entrar em contato com o mesmo Hemocentro do registro ou mesmo diretamente com o Instituto Nacional de Câncer (Inca).