Em boletim divulgado na noite desta terça-feira (16) pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), entidade ligada ao governo federal, aponta que o Brasil vive o maior colapso sanitário e hospitalar da história.
Segundo o levantamento da Fiocruz, 25 das 27 unidades federativas do país têm índices de ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) para Covid-19 no SUS (Sistema Único de Saúde) iguais ou superiores a 80%, ou seja, em patamar crítico.
Além disso, em 15 estados o índice de ocupação é igual ou maior a 90%. As unidades federativas em pior situação são Rio Grande do Sul (100%), Santa Catarina (99%), Rondônia (98%), Goiás (97%) e Distrito Federal (97%).
Os únicos dois estados com índice de ocupação de UTIs abaixo de 80% também não estão em condição confortável: Rio de Janeiro, com 79%, e Roraima, com 73% - na semana passada, o Brasil tinha sete unidades federativas com índices abaixo de 80%.
"A análise chama atenção para indicadores que apontam uma situação extremamente crítica em todo o país. Na visão dos pesquisadores que a realizam, trata-se do maior colapso sanitário e hospitalar da história do Brasil", diz a Fiocruz.
Ainda segundo a fundação, 25 das 27 capitais brasileiras estão com taxas de ocupação de UTIs de Covid-19 superiores a 80%, sendo 19 delas acima de 90%. Aquelas em pior situação são Porto Alegre (103%, ou seja, com fila de espera), Cuiabá (100%), Porto Velho (100%), Rio Branco (100%), Palmas (98%), Curitiba (98%), Florianópolis (98%) e Teresina (98%).
"A fim de evitar que o número de casos e mortes se alastrem ainda mais pelo país, assim como diminuir as taxas de ocupação de leitos, os pesquisadores defendem a adoção rigorosa de ações de prevenção e controle, como o maior rigor nas medidas de restrição às atividades não essenciais", acrescenta a Fiocruz.
O Brasil registrou na terça-feira um recorde de 2.841 mortes por Covid-19 em 24 horas, segundo o Ministério da Saúde, elevando o total de óbitos para 282.127. Ainda assim, o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, indica que vai dar "continuidade" às políticas do governo Bolsonaro na pandemia.