O Instituto Vital Brazil, vinculado à Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro, divulgou ontem (20) um alerta à população sobre a possibilidade de aparecimento de maior quantidade de animais peçonhentos, como cobras, aranhas e escorpiões durante o verão, especialmente em áreas de encosta e em zonas rurais. Estação mais quente do ano, o verão começa hoje (21).
"É nesta época do ano, quando as temperaturas ficam mais altas, que nascem os filhotes das serpentes", segundo o biólogo do instituto, Claudio Maurício Vieira. Desde o início deste mês, o Vital Brazil recebeu 17 filhotes de jararaca, sendo nove da espécie Bothrops moojeni, encontrada em parte das regiões Sul, Centro-Oeste e central do Brasil, e oito Bothrops jararaca, comum no Rio de Janeiro.
Vieira disse que, dependendo da espécie, podem nascer até 50 filhotes em uma só ninhada. É o caso da jararacaçu, espécie que tem 16 vezes mais veneno que outras serpentes, destacou o biólogo. Ele informou que, mesmo recém-nascidos, os filhotes dessa cobra já têm veneno capaz de causar sérios danos à saúde dos seres picados. O fato de serem pequenos e em maior número que as cobras adultas faz com que os filhotes representem risco extra, porque são de difícil observação.
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O biólogo destacou que os escorpiões, cujo aparecimento era mais frequente no inverno, têm sido encontrados durante todo o ano. Isso ocorre porque essa estação não é mais definida por frio intenso. Quanto a aranhas e lacraias, está havendo aumento de atividade no verão, por causa da alta umidade. Segundo Vieira, esses animais costumam descer as encostas e chegar até as áreas urbanas.
Para evitar acidentes, o Vital Brazil recomenda que as pessoas deixem a casa limpa, removendo entulho e material de construção. Devem ainda rebocar muros e paredes e limpar armários e guarda-roupas por dentro e por fora. Outra recomendação é manter a grama aparada e os arredores da casa, limpos, para evitar o surgimento de bichos que sirvam de comida para os animais peçonhentos, entre os quais ratos e baratas.
Números disponíveis do Ministério da Saúde revelam que mais de 160 mil acidentes com animais peçonhentos foram registrados em 2016, a maioria com escorpiões (91 mil). Houve 29 mil ocorrências com aranhas e 26 mil com cobras.