O Hospital da Zona Sul (HZS) não opera mais com restrições em Londrina. A unidade voltou a atender normalmente na manhã desta segunda-feira (17). O diretor do HZS, Weber de Arruda Leite, lembrou, no entanto, que a instituição continua superlotada, com 13 pacientes a mais do que a capacidade máxima, de 130 internações. "Dos treze, três seguem internados nos corredores", contou.
No entanto, Leite descartou a possibilidade de transferir os três pacientes para outros hospitais. "São doentes de nível secundário, que não precisam ir para instituições terciárias. Eles vão continuar internados nos corredores aguardando pela liberação de leitos do próprio HZS", explicou.
O diretor do Hospital da Zona Sul também comemorou a devolução de macas - improvisadas como leitos pela unidade - para os serviços de urgência e emergência do município. "Foram devolvidas oito macas para o Siate/Samu e outras três para a Unimed", listou.
Weber de Arruda Leite contou, ainda, que o HZS já começou a passar por um processo de higienização. "A limpeza ficou comprometida por causa da superlotação. Na semana passada, operávamos com 44 pacientes a mais. Agora, com a instituição mais vazia, vamos conseguir dar conta do serviço e colher material dos pacientes para ver se também corremos risco de contaminação de alguma superbactéria", argumentou.
Reflexo da NDM1
A superbactéria Nova Delhi (NDM1) fez os hospitais secundários de Londrina entrarem em colapso. O 'efeito dominó' teve início no último dia 7, quando foi divulgada a informação de que um paciente do HZN teria morrido no último dia dois contaminado com o microrganismo. Três pacientes que tiveram contato com ele foram isolados. Três dias depois, um deles também morreu.
O hospital se viu obrigado a restringir o atendimento. A unidade fechou as portas na segunda-feira (10). O fechamento do pronto-socorro do HZN impactou diretamente no funcionamento do Hospital da Zona Sul. A unidade da região norte só voltou a atender no final da tarde de quarta-feira (12). O estrago, no entanto, já havia sido registrado no HZS.
O Hospital Universitário (HU) também monitora a suspeita de presença de NDM1 em seis pacientes. Três deles já receberam alta. Os outros três seguem internados em uma ala isolada da instituição.
A confirmação de contaminação dos pacientes do HZN e do HU depende do resultado de exames do Laboratório Central (Lacen) do Paraná. Até agora, a presença do microrganismo só foi confirmada nos dois pacientes mortos do Hospital da Zona Norte.
O colapso vai ser discutido na quarta-feira (19) no anfiteatro do Hospital da Zona Sul. "Precisamos começar a ter métodos preventivos para evitar calamidades como essa", defendeu Weber de Arruda Leite.