Uma adolescente de 14 anos morreu na última terça-feira (8) em Cornélio Procópio, onde foi hospitalizada no dia 29 de dezembro em um hospital particular da cidade com suspeita de dengue. A jovem era de Uraí, no Norte do estado, mas estava em Cornélio para as festas de fim de ano.
A reportagem do Bonde contatou a Sesa (Secretaria de Estado da Saúde), que afirmou que a adolescente tinha diabetes, fator que agravou o quadro. Por isso, a morte ainda está sendo investigada.
Segundo a Sesa, o teste rápido que é feito no momento da internação deu positivo para dengue, mas esse procedimento não confirma, até o momento, tratar-se de dengue. Ainda serão feitos outros procedimentos para investigar o caso.
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A 18ª RS (Regional de Saúde) de Cornélio Procópio, região onde estava a adolescente, foi a que mais teve casos confirmados de dengue nesta semana. São 37 casos confirmados da doença e 190 notificações. Uraí, que faz parte desta regional, somou 33 casos confirmados, 68 notificações e 24 descartes. O município tem 11 mil habitantes.
A circulação do vírus no Paraná é mais intensa nas regiões Norte, Noroeste e Oeste, com o agravante que, das 19 estações meteorológicas espalhadas pelo Estado, 17 registram alto risco climático para proliferação da doença.
Após a notificação da morte da adolescente, a Sesa enviou a Uraí dois equipamentos de fumacê para reduzir os mosquitos que estão no ar. Também foi reforçado o envio de repelente para uso de gestantes e crianças de até 5 anos e material educativo. Mas a eliminação das larvas (criadouros) depende muito do empenho dos moradores, que precisam eliminar os focos de água parada.
Outro agravante é a crescente circulação do vírus da dengue tipo 2. Até o ano passado, a grande maioria dos casos registrados no Paraná, cerca de 90%, era do tipo 1. E é importante lembrar que pessoas que já são imunes ao tipo 1 ainda podem ser infectadas pela dengue do tipo 2.
ALERTA
Nos momentos de maior incidência da dengue, como é o caso do verão, toda a população deve ser colocada em alerta para evitar a proliferação do mosquito transmissor. É preciso que todos eliminem todo tipo de água parada, poços e bebedouros de animais, onde as larvas do mosquito se criam.
Algumas pessoas são mais vulneráveis a desenvolver a forma grave da doença. Este grupo de risco é composto, principalmente, por idosos, gestantes, lactentes menores (29 dias a 6 meses de vida), dependentes químicos e pessoas com algum tipo de doença crônica pré-existente, como hipertensão arterial, diabetes mellitus, anemia falciforme, doença renal crônica, entre outras.
Os casos mais graves são, geralmente, pessoas com a saúde mais frágil, que necessitam de atenção especial. A orientação é que elas busquem atendimento de saúde logo que apresentem os primeiros sintomas. O diagnóstico precoce e o tratamento em tempo oportuno reduzem significativamente as chances de agravamento do caso.
Os sintomas que devem ser observados são febre acompanhada de dor de cabeça, dor articular, dor muscular e dor atrás dos olhos ou mal-estar geral. Esses sinais não podem ser desprezados. O verão, com temperaturas mais altas e o clima chuvoso, propicia o acúmulo de água e o desenvolvimento do mosquito Aedes aegypti, transmissor de doenças como a dengue, a zika e a chikungunya.
Quem viaja deve redobrar os cuidados para evitar o avanço da doenças. Antes de deixar seu imóvel, o morador deve verificar se não está abandonando recipientes que possam acumular água e servir como criadouro para as larvas do mosquito. É recomendado prestar atenção em espaços que nem sempre são lembrados, como bromélias, ocos de árvores, ralos e coletores de água da geladeira/ar condicionado.
"São poucos minutos que fazem toda a diferença no combate ao mosquito. Mantendo a casa sem água parada, você protege sua família e também os seus vizinhos", diz a chefe do Centro Estadual de Vigilância Ambiental, Ivana Belmonte. As mesmas recomendações devem ser seguidas por quem aluga uma casa na temporada. "A chegada deve ser acompanhada de uma vistoria cuidadosa em vasos, baldes, piscinas, vasos sanitários, tanques, garrafas e qualquer objeto que possa juntar água durante a ausência dos moradores", complementa Ivana.
Entre os criadouros mais comuns estão vasos e pratos de plantas, garrafas pet, copos plásticos, sacolas, latas e outros materiais recicláveis. Também existem outros vilões que nem sempre estão à vista, como calhas entupidas, ocos de árvores, bromélias e bandejas externas de geladeira.
(Com informações da AEN)
(*Sob supervisão da repórter Fernanda Circhia)