O Ministério da Saúde irá reduzir de seis para cinco meses o intervalo para a aplicação da dose de reforço da vacina contra a Covid-19.
A decisão será anunciada na terça-feira (16), em declaração à imprensa. A pasta também fará um evento no sábado (20) de vacinação em massa. A ideia é priorizar a imunização de pessoas com doses em atraso.
Desde o fim de setembro, o Ministério da Saúde indica a aplicação da dose de reforço em pessoas acima de 60 anos, além de integrantes de grupos de risco, como pacientes em quimioterapia, com imunodeficiência, pessoas que vivem com HIV/Aids, entre outros casos.
Leia mais:
Estados brasileiros registram falta ou abastecimento irregular de, ao menos, 12 tipos de vacinas
Leitos de UTI crescem 52% em 10 anos; distribuição é desigual
Saúde do homem é tema de live com médicos londrinenses em novembro
Cinco minutos de atividades físicas ajudam a controlar pressão alta, sugere estudo
Com a mudança de orientação, as doses passam a ser aplicadas cinco meses após o término do esquema vacinal básico, ou seja, depois da segunda aplicação das vacinas da Pfizer, Coronavac e AstraZeneca. Ou após uma aplicação do modelo da Janssen, que é administrado em dose única.
O intervalo só é mais curto para quem apresenta alto grau de imunossupressão. Nesses casos, a vacina de reforço deve ser dada 28 dias após a última dose do esquema básico.
As diretrizes do Ministério da Saúde sobre a campanha de vacinação servem para orientar estados e municípios, mas não há uma obrigação de seguir o governo federal. Santa Catarina, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e alguns municípios já anteciparam a mudança e reduziram de seis para cinco meses o intervalo para aplicar a dose de reforço.
No próximo sábado, o Ministério da Saúde promoverá eventos em diversas cidades para buscar quem está com doses em atraso para a Covid. A campanha irá se chamar "megavacinação", segundo integrantes do governo.
O Brasil tem 58,9% da população com o primeiro ciclo vacinal completo. Cerca de 75,7% da população recebeu ao menos uma dose. Os dados são do consórcio formado pelos veículos Folha, Uol, O Estado de S. Paulo, Extra, o Globo e G1.
O governo estima que 11,2 milhões de pessoas já receberam a dose de reforço.
O Ministério da Saúde planeja agora a campanha de vacinação de 2022. A imunização das crianças está
nos planos do governo, apesar de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) distorcer dados sobre segurança e eficácia das vacinas para desestimular a campanha.
O governo prioriza a compra de doses das vacinas da Pfizer e da AstraZeneca para a campanha contra a Covid do próximo ano. A ideia é utilizar cerca de 340 milhões de doses. Para isso, seriam aproveitados 134,9 milhões de vacinas de sobra de 2021.