O Brasil é o terceiro país do mundo com mais casos de diabetes tipo 1, que afeta crianças e adolescentes. Isso porque o Diabetes Mellitus tipo 1 é uma doença crônica, sem cura, na qual existe uma deficiência de insulina causada pela destruição das células B do pâncreas. Com isso, a criança desenvolve hiperglicemia e sofre suas consequências agudas (aumento da urina, da sede, alteração de apetite e perda de peso) e, com o passar do tempo, as consequências crônicas igual aos adultos.
A prevalência da doença é alta, e ela vem se tornando cada vez mais comum, com aumento de 14 vezes em prevalência nos últimos 10 anos sem conhecimento da causa desta mudança epidemiológica. No país, só perde para a asma, outra doença crônica. Calcula-se que a DMI afete de 5% e 10% das pessoas com diabetes no Brasil, que já somam, no total, 20 milhões de pessoas.
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CETOACIDOSE
Um dado gravíssimo é que, no país, a grande maioria dos casos são identificados apenas quando a criança entra em cetoacidose e tem de ser internada. Muitas vezes, antes de ser internada, já passou por médicos, mas a população em geral não está acostumada a pensar no diabetes como uma doença de crianças, e sim apenas no adulto.
"O grau máximo de descompensação da doença é o estado de Cetoacidose Diabética, situação na qual a criança corre grande risco de morte ou de ter graves sequelas", explica Raphael Liberatore Junior, professor de Endocrinologia Pediátrica e membro do Departamento de Diabetes Tipo 1 da Sociedade Brasileira de Diabetes.
Países como a Finlândia, Suécia e Noruega possuem uma alta prevalência de diabetes tipo 1 em crianças, inclusive maior que no Brasil. No entanto, nesses países, os pais geralmente têm mais conhecimento sobre os sintomas da doença e o diagnóstico precoce é mais comum. Esse conhecimento permite considerar rapidamente sintomas como excesso de sede, aumento da frequência urinária, cansaço extremo e perda de peso, o que ajuda a evitar internações graves, cetoacidose diabética e outras complicações frequentes no Brasil.
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