Centenas de alunos, professores, servidores e integrantes de sindicatos e entidades realizaram um ato na manhã desta terça-feira (6) em frente ao HU (Hospital Universitário) de Londrina, na zona leste. A manifestação mostrou a contrariedade do grupo ao projeto de lei 522/2022, de autoria do Governo do Estado. O documento foi enviado em regime de urgência à Alep (Assembleia Legislativa do Paraná) na semana passada e visa mudar a gestão dos hospitais universitários do Paraná.
Na prática, caso seja aprovada, a proposta abre a possibilidade de terceirização ou até privatização da parte assistencial das instituições, mantendo o Estado responsável apenas com o âmbito acadêmico. “Não temos clareza de como seria a divisão da gestão administrativa e educacional. O que estamos entendendo da proposta é que a gestão passa a ser fundacional, porém, não temos conhecimento de quais seriam as fundações que poderiam participar, se as existentes dentro da estrutura da universidade ou outras”, destacou a diretora Administrativa do HU de Londrina, Daiane Vieira Cardoso.
Durante o protesto, os participantes levantaram cartazes e faixas em favor do HU e do SUS (Sistema Único de Saúde) e gritaram palavras de ordem. Os manifestantes também ocuparam durante vários momentos os dois sentidos da avenida Robert Koch, liberando o trânsito logo na sequência. Diversos motoristas mostraram adesão à demanda por meio de buzinas. O PL 522/2022 está na pauta desta terça da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).
Leia mais:
Hospitais de Londrina recebem concertos natalinos na próxima semana
Pesquisa aponta que 29% dos brasileiros têm algum medo com relação às vacinas
Uma a cada dez mortes no Brasil pode ser atribuída ao consumo de ultraprocessados, diz Fiocruz
Estados brasileiros registram falta ou abastecimento irregular de, ao menos, 12 tipos de vacinas
Se passar pelo crivo da comissão, estará pronto para ser votado ainda nesta semana pelos deputados estudais. A direção do Hospital Universitário de Londrina cobra a retirada do projeto para que haja uma ampla discussão com a sociedade. “Precisamos fazer as discussões necessárias para entender qual será o impacto para a população desse projeto de lei, que chegou sem que tivéssemos conhecimento ou participado”, lamentou.
Leia mais: Ex-Reitor da UEL, Sergio Carvalho, diz que mudança repentina pode trazer prejuízos nos atendimentos