Pesquisar

Canais

Serviços

Publicidade
Publicidade
Publicidade
Saiba mais

Tecnologia ajuda ciência a salvar tartarugas do tráfico na Amazônia

Redação Bonde com Assessoria de Imprensa
30 abr 2020 às 11:53

Compartilhar notícia

- Camila Ferrara/WCS
siga o Bonde no Google News!
Publicidade
Publicidade

Encontrada em quase todos os grandes rios tributários da bacia Amazônica, a tartaruga-da-amazônia (Podocnemis expansa) teve um grande declínio populacional no último século, principalmente devido às atividades humanas. A captura da espécie para o consumo ilegal e para o tráfico da carne e dos ovos são fatores que aumentam o grau de ameaça de extinção.

Para piorar, o cuidado parental – no qual os pais esperam o nascimento dos filhotes para migrarem juntos –, além da desova e do nascimento em massa em épocas com os rios mais secos, são características que deixam os animais mais vulneráveis. Entre 200 e 300 mil filhotes podem nascer em uma mesma noite, o que facilita a identificação e a captura dessas tartarugas.

Cadastre-se em nossa newsletter

Publicidade
Publicidade


No entanto, um projeto da Associação da Conservação da Vida Silvestre – ou Wildlife Conservation Society (WSC) quer acabar com essa situação. Com ajuda da tecnologia, a iniciativa utiliza drones e hidrofones para monitorar o comportamento das tartarugas-da-amazônia nos períodos de desova e nascimento dos filhotes.

Leia mais:

Imagem de destaque
Novidade de tratamentos

Tutores relatam melhora na saúde de pets após tratamento com Cannabis medicinal

Imagem de destaque
Com palestra no sábado

Em Londrina, escoteiros promovem campanha de doação de ração e produtos pet

Imagem de destaque
Família multiespécie

Guarda de pets pós-divórcio: o que diz a legislação brasileira?

Imagem de destaque
Saiba como votar

Votação vai escolher os nomes das lontras do Refúgio Bela Vista na Itaipu Binacional


Com o uso de imagens aéreas, comunicação acústica e dados ambientais, os cientistas estão buscando informações que ajudem a prever o período de desova e nascimento em massa.

Publicidade


O principal objetivo é melhorar os métodos de proteção e manejo durante o período reprodutivo e, assim, desenvolver estratégias concretas de conservação para a espécie. O projeto conta com o patrocínio da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza e apoio do ICMBio.


"Somos o primeiro projeto a trabalhar com drone e comunicação acústica em conjunto para a investigação dos padrões comportamentais de tartarugas. Durante a desova, conseguimos fazer as primeiras fotos aéreas da espécie, mostrando um pouco da dinâmica de ocupação da praia pelo conjunto de fêmeas. No período do nascimento, acompanhamos a etapa que antecede a saída dos filhotes dos ninhos, uma vez que a imensa maioria aguarda para nascer juntos. Assim, identificamos padrões e reunimos dados que contribuam com a conservação da espécie", destaca a doutora Camila Ferrara, ecóloga da WCS Brasil.

Publicidade


Enquanto os drones são usados no ar, para mapear a movimentação das fêmeas, os hidrofones são usados dentro d’água, para analisar a comunicação acústica entre os indivíduos da espécie. Há alguns anos, os cientistas sabem que as tartarugas-da-amazônia usam o som para se comunicar e para coordenar as noites de desova.


Assim, os hidrofones são usados para gravar os sons emitidos pelas fêmeas e também pelos filhotes, que já na fase embrionária começa a se comunicar sonoramente. O objetivo do projeto é usar todos esses dados, junto com as variáveis ambientais (temperatura, marés, umidade etc), para tentar prever o mais precisamente possível quando as tartarugas chegarão às praias e quando os filhotes irão nascer para, por exemplo, intensificar a fiscalização nesses dias.

Publicidade


As tartarugas-da-amazônia são a maior espécie de quelônio de águas doce da América do Sul, podendo medir 1 metro de comprimento e pesar até 75 quilos. São também uma das espécies de tartaruga com comportamento mais social do mundo, o que torna a comunicação sonora extremamente importante para a troca de informações nas atividades sociais do grupo dentro e fora da água.


"Neste projeto estamos estudando uma espécie singular, que reúne características não encontradas em outras espécies da América do Sul e promove um verdadeiro espetáculo no coração da Amazônia, que é o nascimento em massa de milhares de filhotes. Por se tratar de uma espécie que sofre diversas ameaças, precisamos ressaltar a importância da sua preservação e lembrar do desequilíbrio ecossistêmico gerado a partir da extinção de espécie”, afirma Janaína Bumbeer, analista de Ciência e Conservação da Fundação Grupo Boticário.


Durante os meses de seca, as tartarugas-da-amazônia deixam a floresta alagada em busca das praias de desova. Cada tartaruga desova apenas uma vez no período reprodutivo e deposita cerca de 100 ovos. O período de incubação dura cerca de dois meses e o gênero dos filhotes é determinado pela temperatura de incubação. Após o nascimento, filhotes e adultos migram para a floresta alagada em busca de refúgio e alimentação.

Em Manaus e outras regiões da Amazônia, a carne da tartaruga é muito visada, assim como os ovos. Um indivíduo adulto da espécie pode custar de 800 a mil reais no mercado ilegal, o que estimula a captura de forma não sustentável dos animais.


Publicidade

Últimas notícias

Publicidade
LONDRINA Previsão do Tempo