Segundo dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) de 2019, o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo, contabilizando 18,6 milhões de brasileiros, o que representa cerca de 10% da população.
O isolamento social causado pela pandemia do Covid-19 pode agravar esse quadro e gerar ainda mais transtornos psicológicos como estresse, depressão e falta de confiança. Nesse cenário, muitos encontram um refúgio nas videochamadas para familiares e amigos, enquanto outros buscam nos animais de estimação um pilar emocional.
De acordo com a veterinária Thais Matos, da DogHero, maior empresa de serviços para animais de estimação da América Latina, o convívio com animais de estimação estimula a produção e liberação do hormônio endorfina no corpo da pessoa, o que proporciona sensação de bem-estar e relaxamento. Além disso, há ainda a serotonina, que regula o humor, diminuindo a carência e ajudando os tutores a passarem pelo isolamento social e a sentirem menos a falta do convívio social.
Os animais também são seres sencientes, ou seja, têm capacidade emocional para sentir alegria, medo, dor e até mesmo saudades. Por isso, é possível criar um vínculo afetivo entre humanos e animais, tornando os pets como membros da família.
"Esse elo ocorre por meio da relação de confiança que se cria entre tutor e pet. Além da companhia, a convivência com animais pode funcionar como uma terapia ao ser humano, pois as brincadeiras, conversas e o carinho que eles retribuem e até a aceitação ao tutor sem julgamentos, são capazes de diminuir o estresse, trazer conforto e fortalecendo os laços entre eles", comenta a especialista da DogHero.
Para o psicólogo Abel Antonio Pinto, que atende pelo GetNinjas, maior aplicativo de contratação de serviços da América Latina, é fato que o isolamento social pode desencadear transtornos psicológicos como crises de pânico, ansiedade, elevação da pressão arterial, sentimento de solidão, pensamentos obsessivos e compulsão alimentar.
Nesse sentido, os animais de estimação e, principalmente, os cães podem contribuir para manter a saúde mental dos tutores e diminuir os transtornos psicológicos.
"Os cães são os animais que mais sentem empatia com o ser humano e, consequentemente, promovem uma troca verdadeira na relação afetiva, ajudando a diminuir distúrbios de ansiedade e solidão. Ainda, o animal dependerá exclusivamente do cuidado do tutor e isso faz com que ela, a pessoa, se sinta mais útil, aumentando sua autoconfiança", comenta o especialista.