O olhar de “pedinte” do bichinho enquanto você come algo gostoso é praticamente irresistível. Não raro, os tutores cedem à “chantagem emocional” e compartilham o petisco. Porém, alguns alimentos podem ser muito tóxicos para eles, podendo provocar desordens gastrointestinais e envenenamento em curto espaço de tempo e provocar doenças a longo prazo.
“Entre eles, o mais perigoso conhecido é o chocolate, devido à presença da substância teobromina, extremamente tóxica para o fígado de cães e gatos. A ingestão de 20 mg, o equivalente a 4g de cacau, já pode levar a óbito, a depender do tamanho do animal”, cita Simone Cordeiro, diretora comercial da Au!Happy, plano de saúde específico para pets.
A lista temerária também inclui açúcar, adoçantes, especialmente o xilitol; produtos que contenham cafeína, temperos como cebola e alho, uvas (incluindo uva-passa), batata, abacate, castanhas e nozes e, claro, qualquer alimento que leve álcool. “O abacate, por exemplo, contém a substância persina, que é tóxica para os animais. Já a batata não contém riscos imediatos, mas o elemento solanina, que pode causar depressão nos animais”, informa Cordeiro.
Alguns alimentos são tóxicos especificamente para cães; outros para gatos. Os felinos, por exemplo, devem ficar bem longe de azeitona e alimentos muito salgados, pois podem causar hipertensão e problemas renais a longo prazo. Já os cachorros não devem ingerir leite e derivados, pois a maioria deles é intolerante à lactose. “Os bichanos até podem tomar um leitinho e comer queijo e iogurte de vez em quando, mas não com tanta frequência, devido ao alto teor de gordura”, orienta Simone. Alimentos gordurosos, em geral, também não saudáveis. Portanto, esconda de seu pet pizzas e hambúrgueres.
Os gatos também adoram uma carne crua. Tudo bem quanto ao frango e à carne bovina, eventualmente. Mas nada de salmão cru, devido à alta presença de parasitas. O peixe pode ser consumido por eles, mas apenas com a carne cozida. “Certifique-se de que a porção esteja limpa de espinhas, para não correr o risco de engasgo”, lembra Simone. O mesmo vale para os ossos, em relação às demais carnes.
É fundamental acionar o veterinário de sua confiança caso o bichinho apresente sintomas como vômito, diarreia e fraqueza. “Ser ágil é muito importante para que o especialista tente reverter o quadro de intoxicação alimentar aguda sem danos mais críticos ou mesmo o óbito. Um dos procedimentos que pode ser usado é a lavagem gástrica. Mas não tente eliminar a substância tóxica fazendo o bichinho vomitar: feito por um leigo, este procedimento pode até agravar a situação”, assinala Simone.