Eles podem parecer fofinhos, mas animais com sobrepeso e obesidade também sofrem com problemas de saúde. A família é parte importante: hábitos e comportamentos estão associados ao desenvolvimento da doença.
Uma pesquisa realizada pela USP (Universidade de São Paulo) mostra que a maioria dos tutores não é capaz de identificar a condição física do cachorro. O levantamento foi feito de novembro de 2017 a novembro de 2018, com 285 cães de 221 tutores, e teve incentivo da fabricante de alimentos Royal Canin.
Segundo a empresa, mais de 40% dos cães apresentam sobrepeso e obesidade na cidade de São Paulo e na região metropolitana. A pesquisa aponta que 63% dos tutores entrevistados subestimaram a condição corporal do animal, 26% disseram acreditar que o pet tinha uma condição corporal ideal e 80% deles não foram capazes de identificar o sobrepeso e a obesidade no cão.
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Para o trabalho, por amostragem, foram feitas visitas domiciliares, e tutores responderam a questionário sobre saúde, comportamento, hábitos alimentares e condições socioeconômicas.
Tutores com hábitos alimentares pouco saudáveis foram associados ao ganho de peso do animal –uma hipótese é que esses hábitos possam ser transferidos aos seus pets.
Cães que moram na mesma casa que uma pessoa idosa também são predispostos ao ganho de peso. Para a marca, isso pode refletir falta de caminhadas e de exercícios físicos. Esses tutores costumam passar mais tempo com os animais, o que aumenta as chances de o pet ganhar mais petiscos.
O objetivo do estudo era compreender os fatores da obesidade canina e levantar as melhores maneiras de abordar os tutores para a prevenção da doença.
"A manutenção do peso em pets é uma questão muito complexa, que ainda exige compreensão e empenho dos tutores. Acreditamos que este estudo, desenvolvido pela USP, é mais um importante material de referência sobre o tema, além de ser inédito no Brasil", diz Cíntia Fuscaldi, coordenadora de relacionamento científico da Royal Canin.
Os pesquisadores identificaram que a prevalência de sobrepeso atingiu cerca de 26% e de obesidade, aproximadamente, 15% dos animais. Segundo análise dos responsáveis, os resultados foram semelhantes aos encontrados no Reino Unido, Japão, China e Espanha, onde as estimativas da prevalência combinada de sobrepeso e obesidade variaram de 38% a 60%.
A alimentação correta não é o único fator para controlar o peso do pet. Ele precisa de exercícios regulares e o tutor deve sempre consultar o veterinário e manter exames de rotina do animal.