Os amantes dos animais domésticos devem ter mais cautela na convivência com seus bichinhos de estimação. Além das doenças já conhecidas, uma pesquisa recente revelou que os gatos carregam a bactéria chamada Bartonela henselae, que pode causar dor de cabeça, febre e até problemas no coração e no cérebro.
As recomendações ampliam para outros gêneros de animais, que tanto o dono como os bichinhos precisam ser bem cuidados para evitar a proliferação de fungos e bactérias. O médico dermatologista Luciano Morgado explica que alergias são comuns em pessoas predispostas, devido ao contato com o pelo dos gatos e dos cachorros. "Na alergia pode ocorrer a vermelhidão e a coceira na pele, podendo levar também à piora da dermatite atópica. Além de sintomas respiratórios (piora da asma), rinite e lacrimejamento ocular”, exemplifica.
Vermes presentes nas fezes de cães e gatos podem gerar infecção, a exemplo da que é chamada de Toxocara ou Ancylostoma, que ao penetrar na pele em areias e terras contaminadas provoca "larva Migrans” ou "bicho geográfico”. Os sintomas ocorrem em áreas avermelhadas sinuosas com bastante coceira, principalmente nos pés, nos mãos ou nas nádegas.
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Cães e gatos são portadores dos fundos Microsporum que podem infectar a pele e o couro cabeludo ocasionando micoses, as chamadas tineas capitis e tineas corporis. Na pele se manifestam com áreas avermelhadas arredondadas, com centro mais claro, com descamação e coceira. "No couro cabeludo aparecem áreas de descamação e de perda de cabelos, os cabelos se quebram, formando as chamadas tonsuras. As micoses de couro cabeludo demoram mais para serem curadas, necessitando por tratamentos de 6 a 8 semanas”, explica o médico.
As pulgas e carrapatos também são bem comuns, ocasionando picadas que podem levar ao surgimento de pápulas avermelhadas com coceiras na pele humana. "Outras doenças sistêmicas também podem ser transmitidas pelos animais, como a toxoplasmose (as fezes do gato podem portar o protozoário), histoplasmose e criptococose (fungos presentes em fezes de pombos e inaladas pelos seres humanos)”, alertou o dermatologista.
O cachorro é o hospedeiro do protozoário que é transmitido para o ser humano através de picadas do mosquito flebótomo. Essa contaminação pode provocar úlceras na pele e inflamação e destruição do septo nasal, além de feridas na boca e laringe.
As sarnas, embora costumem ser menos agressivas que as transmitidas pelo homem, também podem ser transmitidas através de ácaros que infectam a pele humana, levando ao surgimento de pápulas avermelhadas e coceira.
O tratamento deve ser feito mediante avaliação médica para identificar qual a causa e indicar a melhor forma de tratamento. No caso das alergias, o tratamento é feito com o uso de loções de corticoide e com o uso de anti-histamínicos orais para coceira. Nos casos mais intensos podem ser utilizados os corticoides por via oral. Já as micoses são tratadas com o uso de antifúngicos tópicos (por exemplo, isoconazol, miconazol) e, nos casos mais intensos e nas micoses de couro cabeludo, com antifúngicos orais, como a griseofulvina, terbinafina ou itraconazol.
As sarnas são tratadas com medicamentos específicos, como a permetrina e benzoato de benzila. "A larva migrans é tratada com os medicamentos tiabendazol (tanto oral quanto tópico), podendo ser utilizada também a ivermectina. A Leishmaniose demanda um tratamento prolongado com o medicamento Glucantime”, finaliza Morgado.