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Estresse pode causar distúrbios digestivos em cachorros

07 ago 2020 às 09:57

O impacto do estresse na vida de cães foi, por muito tempo, subestimado, mas hoje sabe-se que ele existe e que, além de impactar no bem-estar dos pets, pode levar a problemas de saúde.


A manifestação do estresse pode ocorrer de forma fisiológica (com o aumento da frequência cardíaca, por exemplo), comportamental (manifestações de agressividade, agitação, incapacidade de relaxar) e sintomática (no caso de distúrbios gastrointestinais).


De maneira geral, as manifestações de estresse ocorrem por influência de hormônios que são liberados como resposta à estímulos estressores e podem atuar provocando sinais gastrointestinais, como diarreia, vômito, gastrites e úlceras. Dessa forma, é preciso ficar atento aos sintomas como vômitos ou mudanças no apetite.


Ao notar sinais como estes, é recomendado levar o pet ao veterinário e, uma vez diagnosticado o problema, investir em uma alimentação específica para complementar o tratamento.


"Existem alguns desencadeadores comuns de estresse em cães, como mudanças bruscas na rotina diária, com exposição à novas pessoas e lugares", explica Brana Bonder, médica veterinária e supervisora de assuntos veterinários da Hill’s Pet Nutrition.


"Esse estresse pode causar alterações digestivas e, com o diagnóstico do profissional, é recomendado oferecer uma alimentação com todos os nutrientes necessários para a sua recuperação", completa.


De acordo com Bonder, para aqueles animais que estão com o apetite diminuído, é possível oferecer o alimento na forma úmida de forma exclusiva ou combinado com o alimento seco. "O alimento úmido, por possuir maior teor de água, pode ser considerado mais palatável por alguns animais. Além disso, ele contribui para a hidratação do animal, fator importante já que o cão perde água pela diarreia, o que pode culminar em desidratação. Neste período de recuperação recomenda-se, também, evitar petiscos ou outros tipos de alimentos."


Como reduzir os fatores de estresse para os cães


Existem algumas medidas que os tutores de cães podem tomar para evitar ou reduzir o estresse nos animais. Veja as principais abaixo:


• É essencial que o tutor saiba diferenciar comportamentos normais de sinais de estresse. Dessa forma, é possível diferenciar se o cão está lambendo as patas por ansiedade ou porque quer um petisco, ou pedindo algo, por exemplo. Quando o cão está relaxado, suas orelhas estão semieretas ou voltadas para frente, a boca está relaxada e a distribuição do peso está nas quatro patas. Sempre que o cão manifestar sinais de estresse deve-se retirar o estímulo estressante o mais rápido possível.


• Se o cão estiver estressado deve-se resistir à tentação de confortá-lo em excesso. Esse comportamento apenas reforça o medo no animal e faz com que ele fique menos confiante no futuro. Uma estratégia que pode auxiliar é o fornecimento de petiscos como recompensa por um comportamento rotineiro, como por exemplo após o comando de "senta”. Com isso, é possível distrair o animal e gerar um senso de normalidade na situação. Os comandos "senta”, "deita” e "rola” podem ser muito úteis para acalmar um cão em momentos estressantes.


• Existem alguns meios de reduzir o estresse nos animais, que podem ser implementados na rotina do tutor com o seu cão. Assim como para seres humanos, o exercício físico pode ser um bom aliado, então é importante que caminhadas e brincadeiras estejam sempre presentes. Estratégias de enriquecimento ambiental também podem ser bastante úteis, como por exemplo a disponibilidade de brinquedos e o uso de dispositivos específicos de alimentação, que obrigam o cão a interagir para se alimentar. Manter o animal entretido durante certo tempo é uma maneira eficaz de reduzir o estresse.


• O uso de estímulos sonoros também pode deixar o animal menos estressado. Em um estudo com animais de abrigo, o uso de música clássica reduziu os sinais de estresse dos animais e é uma estratégia simples para utilizar com os pets em casa para reduzir ansiedade de separação, por exemplo.


• Cães são animais de matilha e muitos estudos comprovaram que o contato social com outros animais e seres humanos é importante para o bem estar. Dessa forma, a socialização com outros cães e seres humanos também deve estar na rotina do pet.

• Se o cão estiver constantemente estressado, é interessante buscar auxílio de profissionais comportamentalistas para avaliar os problemas relacionados ao gatilho do estresse e fornecer o melhor manejo possível.


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