Depois de passar meses com seus donos em casa, cães e gatos acabaram se acostumando com a constante presença dos humanos. Só que, agora, com a flexibilização do isolamento social, eles precisam ser preparados para o distanciamento do tutor, de forma a não prejudicar o emocional dos bichinhos.
"Durante a quarentena grande parte dos tutores dedicaram mais tempo aos pets, brincando, passeando e, claro, se divertindo mais. Com a possibilidade de volta ao trabalho, existe uma chance grande dos animais, principalmente os cães, que são mais dependentes, desenvolverem a síndrome de separação, um momento de estresse agudo que surge quando o animal tem que ficar sozinho”, alerta Ricardo Ueda, educador pet da AmahVet, voluntário Abrigo Chácara da Dolores e fundador da Educa Pet.
Para ajudar os donos de animais a passarem por essa nova fase, Ueda dá algumas dicas. A primeira delas é começar a isolar o cão em alguns momentos durante o dia.
"Inicie com 30 minutos de duas a três vezes ao dia, durante dois dias seguidos. No terceiro dia, deixe-o sozinho por uma hora e, no quarto, por duas horas. Aproveite aqueles momentos que você realmente precisa sair de casa”, orienta.
O segundo passo é diminuir a interatividade e brincadeira diárias. "Aumente os isolamentos gradativamente até o dia que a rotina voltar ao normal, assim seu animalzinho vai se acostumando novamente com o afastamento sem sofrer um choque”, recomenda.
E atenção: se mesmo tomando todos os cuidados e fazendo esta preparação o seu pet desenvolver depressão ou algum estágio mais avançado da síndrome de separação, o ideal é procurar um profissional educador canino para ele analisar o perfil da família e do cão e, se necessário, iniciar um tratamento terapêutico natural.
"Tais tratamentos podem ser feitos com florais, aromaterapia ou até música, dependendo de cada caso”, finaliza o especialista.