Uma das doenças mais negligenciadas do mundo, a leishmaniose é zoonose que depende de medidas preventivas para o controle. Transmitida pelo chamado mosquito-palha, afeta animais e humanos.
"Estamos vivendo um momento muito delicado com a pandemia da Covid-19, mas não podemos esquecer que existem outras doenças que continuam circulando por aí, como é o caso da leishmaniose visceral, principalmente em regiões endêmicas como Norte e Nordeste brasileiros", afirma Marcio Barboza, médico-veterinário e gerente técnico da MSD Saúde Animal.
A propagação da doença acontece a partir da picada do mosquito-palha infectado pelo protozoário Leishmania chagasi, e tem nos cães a principal fonte de infecção.
Animais infectados podem apresentar sintomas como lesões na pele, perda de pelos em focinhos, orelhas e região dos olho, perda de peso e vômitos, mas há casos assintomáticos, o que dificulta o diagnóstico. Nos humanos, há sintomas como febre de longa duração, aumento do fígado e baço, perda de peso, anemia.
"O inseto infectado pica o cão e pode picar as pessoas com quem ele convive, por isso é importante manter o animal sempre protegido", afirma.
Coleira específica e vacina podem evitar a leishmaniose e são recomendadas, especialmente em áreas onde há maior risco de infecção. A prevenção inclui ainda abrigo limpo e telas finas para manter o mosquito afastado, principalmente ao entardecer.
Em humanos, a doença é grave, mas tem tratamento. No caso dos animais, o medicamento resulta no desaparecimento dos sinais clínicos, melhora os sintomas e diminui as chances de transmissão, mas tem alto custo e o cachorro não ficará livre do protozoário. O acompanhamento médico deve ser permanente.
Até recentemente, a eutanásia era a única alternativa para cães com diagnóstico da doença. O diagnóstico e tratamento indicado, porém, cabem ao médico-veterinário, alerta o especialista.