Muito se fala e escreve a respeito das inúmeras mudanças que afetam o mercado de trabalho como um todo e, por conseguinte, das competências comportamentais que devem ser desenvolvidas pelos trabalhadores visando se adaptarem a este novo mundo repleto de metamorfoses.
Flexibilidade, capacidade de resiliência e habilidade para administrar conflitos passaram a ser requeridas de quem ocupa posições nas ciências médicas, sociais, agrárias, tecnológicas e exatas, sendo que motivos não faltam para avigorar o conceito implícito que forçosamente todos já aprenderam a compreender: mude ou será atropelado.
No entanto, tenho percebido em minha atuação que muitas empresas passaram a valorizar as pessoas que, mais do que se adaptar às transformações organizacionais, são capazes de fomentá-las e dirigi-las quando poucos ainda percebem seu imperativo. Profissionais que são verdadeiros agentes de mudanças, criando condições para que elas aconteçam em vez de apenas reagirem ao quadro presente.
É claro que existem mudanças e MUDANÇAS. Há casos nos quais o agente responsável acaba sendo alguém da própria empresa e que conduz o processo com primazia. Todavia, às vezes as transformações necessárias são profundas e fica nítido que nenhum gestor atual tem expertise para conduzi-las.
Em situações semelhantes, como certa vez me disse um cliente, há a alternativa de "contratar um gerente-trator que tenha sangue-frio para fazer aquilo que ninguém da casa tem a coragem ou capacidade para executar". A ausência de vínculos emocionais com o grupo faz com que o profissional forasteiro tome as decisões com base naquilo que precisa ser feito para transformar a organização, mesmo que as medidas sejam dolorosas.
O problema é que alguns ultrapassam os limites do bom-senso e simplesmente atropelam a organização como um todo. E o pior: assim que seu trabalho é concluído, seguem para outra nova missão enquanto que os remanescentes parecem ter sobrevivido a uma guerra. Daí vem a inevitável pergunta: "Será que valeu todo o esforço?"
Não existem receitas que digam como um agente de mudanças deve atuar, mas se pode afirmar com segurança que seu trabalho será bastante facilitado caso as pessoas estejam ao seu lado. Isto nem sempre será possível, principalmente quando a cultura organizacional privilegiar a manutenção do status quo, mas deve ser a primeira preocupação de quem é responsável pelo choque de gestão.
Desenvolva habilidades para atuar como agente de mudanças e tenha a certeza de que novas oportunidades profissionais aparecerão em sua carreira muito brevemente. Por exemplo, que tal assumir responsabilidades que ninguém quer, em especial aquelas que se remetem a pequenas mudanças que há muito se fala em seu departamento e até agora não ocorreram? É um bom começo.
Os agentes de mudança têm por característica um grande espírito empreendedor naquilo que fazem e uma boa dose de determinação para superarem os obstáculos e resistências que geralmente aparecem até que os objetivos sejam alcançados.
Pessoas que têm pouco apego à segurança no emprego atual e que, por ironia ou não, são muito mais seguras e empregáveis do que os profissionais que investem energia na tentativa de conservarem suas empresas – e eles mesmos – iguais quando a única saída de ambos é o caminho da perene transformação. Cinco séculos antes de Cristo o filósofo Heráclito (540 a 470 a.C.) já sabia disto quando afirmou: "A única coisa permanente no universo é a mudança".
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