As pessoas constituem atualmente o principal ativo de uma organização, mas nem sempre foi assim. Como as máquinas e o capital financeiro, os funcionários também já foram vistos como recursos (daí a expressão Recursos Humanos), isto é, coisas. Paradigma onde os empregados somente seriam produtivos caso fossem muito bem administrados por aqueles que sabem manejá-los – uma linha de raciocínio que posteriormente se mostrou imperfeita, mas de fácil compreensão no modelo taylorista.
Conseqüentemente, como coisas, precisavam atuar isolados nos cargos, trabalhando com horários rígidos, subordinação e dependência total ao chefe imediato, além de serem vistos como mão-de-obra e, portanto, meros executores de tarefas. E assim funcionou o mundo do trabalho durante muitas décadas.
Entretanto, estamos vivendo tempos onde os profissionais precisam atuar em equipes matriciais, as metas são rígidas, a cobrança por resultados é diária e o cliente final exige atenção permanente. Um quadro que revela a necessidade de extrair o melhor de cada pessoa: sua inteligência e talento.
Ao pagar um justo salário, até se pode garantir que alguém ocupe um determinado lugar na organização durante oito horas diárias, mas é impossível garantir que esta pessoa ofereça sua motivação, dedicação e interesse se ela não estiver realmente comprometida com aquilo que faz (ou deveria fazer). Pode-se obrigar o corpo, mas não se pode controlar a mente e a vontade.
Inúmeros exemplos demonstram que as empresas alcançaram sucesso e mantiveram sua continuidade apenas quando foram capazes de valorizar as iniciativas, reconhecer feitos e contribuir para o desenvolvimento dos seus colaboradores. Em outras palavras, elas conseguiram perceber as pessoas como parceiras e não mais como recursos.
É claro que o impacto de comportamentos como os elencados acima não provoca reações instantâneas na produtividade da equipe se o histórico da companhia expõe o contrário. Porém, a disposição da empresa em fazer algo que promova as pessoas de forma perene é uma atitude louvável e, passada a desconfiança, rende muitos dividendos.
Por isto mesmo, há uma tremenda contradição quando as organizações intitulam seus funcionários como "parceiros" ou "colaboradores" e não oferecem um fórum aberto para discussão sem que haja o temor de represálias internas por parte daqueles que detém o poder, por exemplo. De que vale uma bela terminologia se as pessoas continuam a ser tratadas como peças de uma complexa engrenagem?
Pode-se afirmar que há nítida parceria quando os profissionais são convidados a participarem das decisões da empresa e suas opiniões são respeitadas, sejam elas quais forem. Há parceria quando os resultados financeiros positivos também são distribuídos entre todos os escalões da companhia. São parceiros os profissionais que sentem orgulho do lugar onde trabalham e defendem a empresa mesmo quando não são obrigados a isto.
Já passou a hora dos dirigentes das organizações falarem menos em parceria e praticarem mais. Os parceiros agradecem.