Ouvi falar que algumas poucas pessoas podem se dar ao luxo de trabalharem sozinhas e ainda assim atingirem o ápice em suas respectivas profissões mas infelizmente não conheço nenhuma delas para poder contar a história neste espaço.
Se saber atuar em equipe era um pomposo diferencial até alguns anos atrás, agora passou a ser um pré-requisito para o exercício das mais variadas tarefas. No entanto, não é qualquer aglomerado humano dentro de uma organização que pode ser caracterizado como uma equipe.
Por exemplo, existem Euquipes. Neologismo perfeito às situações nas quais um amontoado de pessoas se reúne para executar o trabalho designado por alguém e não há a menor preocupação com a boa performance coletiva. O famoso "salve-se quem puder" ou "cada um por si" no qual descaradamente prevalece o individualismo.
Um nível mais avançado de coletividade é o que intitulamos Grupo. Neste caso as pessoas partilham informações entre si e até realizam tarefas semelhantes, porém não há um aprofundamento das relações e as responsabilidades e objetivos ainda se mantêm dentro da esfera individual.
Já numa Equipe as pessoas se comprometem mutuamente com o objetivo que as une e possuem habilidades complementares que facilitam a realização dos trabalhos. Também existem laços de confiança entre os indivíduos, todos assumem a missão de alcançar o desempenho esperado e a força do time reside no fato de trabalharem juntos.
Contudo, o ápice de um time empresarial é o que chamamos de Equipe de Alta Performance. Patamar no qual a combinação perfeita de indivíduos com grande potencial e profundo comprometimento com a melhoria no desempenho coletivo favorece o alcance de resultados fantásticos e oportuniza comentários do tipo: "Como eles conseguiram chegar tão longe?"
Aliás, taí uma boa pergunta. Quando aprofundamos os motivos que levam uma equipe a ter um desempenho excepcional inevitavelmente encontramos um clima organizacional avassalador que as impulsiona a entregarem o seu melhor e a buscarem incessantemente progressos no trabalho que fazem.
Não podemos esquecer ainda que, via de regra, estes times conservam baixa rotatividade de pessoal, visto que é muito difícil atingir uma performance destacável quando há o entra-e-sai permanente. Ou seja, quem faz parte de uma equipe ótima não quer sair de jeito nenhum e quem olha de fora morre de vontade de entrar.
E ao visualizarmos mais de perto também conseguimos notar que a qualidade de vida dos profissionais que atuam numa equipe excepcional é muito melhor. As pessoas não ficam "sofrendo" por aquilo que deveriam ter feito ou dito, preferem uma comunicação franca a conversas de corredor e evitam picuinhas desnecessárias.
Por conseguinte, os conflitos – quando ocorrem – são muito produtivos. Os seus membros sabem que precisam administrar os problemas antes que estes os administrem e então tratam as insatisfações tão logo são expostas ou ainda as provocam quando percebem que alguns rápidos tumultos serão benéficos para o processo criativo.
O curioso desta história toda é que às vezes encontramos estes quatro tipos de times em diferentes áreas de uma mesma empresa. E por quê? Grande parte daquilo que escrevi nas linhas acima é decorrente da competência ou incapacidade de quem lidera tais conjuntos. Numa euquipe há um líder nulo, num grupo há apenas um líder de si mesmo, numa simples equipe há um líder que cumpre o seu papel e numa equipe de alta performance há um líder brilhante.
Quando você faz parte de um time de sucesso pode ter a certeza de que ele não é resultado de geração espontânea e sim de um trabalho muito bem feito. E o contrário também.
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